Parte 140

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07 de Dezembro de 2014 – Leblon – Rio de Janeiro, Brasil

Mateus estacionou o carro na rua orientada por Daniel, e logo viu o homem parado ali, acompanhado de Alejandro e Samuel.

— O que ele faz aqui? – Christopher sussurrou para o arquiteto assim que desceram do carro.

— Não sei, Daniel não disse nada. – respondeu baixo. – Deve ter insistido para vir.

— Não comentamos nada, certo? – Marcela olhou de soslaio para o homem.

— Exatamente. Sem detalhes. – assentiu. – Daniel.

— Hey, cara. – mirou o cunhado.

— Tem gente demais aqui. – Christopher mirou o segundo cunhado.

— Chega de pensar que o problema sou eu. – Alejandro guardou o celular. – Quero matá-lo tanto quanto você, inclusive, já tenho os meios. Então pare de jogar contra e preste atenção em quem realmente é seu inimigo, Uckermann. – sorriu com ironia e afastou-se dos demais. – Vamos logo, já demos tempo demais à Telma.

Christopher cedeu e seguiu o cunhado até a casa alguns metros à frente. Tinha um enorme portão de cor escura, assim como todo o alto muro. Parecia bem conservada por fora, e o arquiteto não pôde negar o arrepio que sentira ao pensar em tudo o que a noiva já vivera ali dentro.

Samuel tocou a campainha, e inicialmente não teve resposta. Logo tocou outra vez, e após mais alguns segundos, uma senhora abriu o portão.

Encararam a mulher com espanto e curiosidade, ela deveria beirar os sessenta anos de idade, tinha a pele clara, o corpo extremamente magro e usava roupas velhas, como se estivesse apenas cuidando do local.

— Bom dia, senhora. – Samuel tomou a iniciativa. – Busco a senhora Muller.

— Bom dia, mas... quem? – franziu o cenho.

— Telma Muller. – repetiu, mas a mulher negou com a cabeça.

— Não sei... – pensando. – Não sei quem é.

— Sou policial, senhora. Há uma investigação em curso e essa casa é o endereço dela.

— Telma Muller. Esse nome não te lembra nada? – Daniel a olhou. – Uma mulher alta, de...

— Não conheço ninguém com esse nome, senhor. – interrompeu-o. – E trabalho aqui há anos.

— Senhora, qual o seu nome?

— Jamile. – sem jeito.

— Senhora Jamile, precisarei inspecionar a residência. – Samuel disse com seriedade e não cedeu diante da expressão de espanto da mulher.

— Meu patrão não está em casa. – assustada.

— Senhora, não se trata de uma pergunta. – arqueou as sobrancelhas. – Devo inspecionar o local.

— É que o patrão não... – Samuel a encarou. – Sim, senhor. – deu passagem para que entrassem.

— Obrigado. – entrou na casa.

— Senhor, eu realmente não... eu não sei do que se trata.

— Fomos notificados de um sequestro. – Samuel a acompanhou. – Não notou nenhuma movimentação estranha no bairro?

— Não, senhor, tudo continua tranquilo. – levou-o até o interior da casa.

— Quem mora aqui? – reparou no local. – Parece uma casa grande demais apenas para uma pessoa.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora