21 de Outubro de 2014 – Barra da Tijuca– Rio de Janeiro, Brasil
Dulce desceu apressada do carro e entrou no elevador ainda chorando. Não estava triste, mas seu choro era de desespero e medo, não sabia o que esperar dali pra frente agora que todos sabiam quem ela realmente era.
Primeiro pensou em voltar para o próprio apartamento, mas logo percebeu que seria pior, aquele seria o primeiro lugar onde os irmãos a procurariam. Desceu um andar e bateu na porta da mãe.
— Por favor, atenda. – sussurrou. – Por favor, mãe, por favor...
— Minha filha? – olhou-a assustada. – Não... não estava com o Christopher na inauguração do hotel?
— Mãe, deu tudo errado. – entrou no apartamento. – E agora todos sabem que eu... eu sou... eu.
— O que isso quer dizer? – o corpo tencionou-se de imediato.
— Que sabem de quem eu sou filha. – sentou-se no sofá, limpando as lágrimas. – Foi horrível! Todos me olhando, aquele monte de flash, eu não... eu só saí.
— E Christopher? – arregalou os olhos.
— Eu não sei, só vim embora. – respirou fundo. – Mãe, o que eu vou fazer agora? Todos sabem que estou com o Christopher, vão saber que eu moro aqui, eu não... eu não quero estar ligada a nada daquela família.
— Eu me acerto com o seu pai. – segurou uma das mãos dela. – Deixe que eu fale com o Fernando, e eu vou resolver isso.
— O que? – assustou-se. – Não, você não pode se arriscar. Ele já te machucou uma vez e poderia muito bem fazer de novo.
— Dulce... – parou de falar ao escutar o barulho da descarga.
— Tem alguém aqui? – a morena rapidamente cresceu os olhos. – Está com alguém em casa?
— Não, não, eu... – a senhora tentava formular uma boa resposta. – Sim, eu estou, é...
— Quem é? – perguntou baixo. – Está namorando alguém, mãe?
— Não! Não, não, não! – disse logo. – De modo algum, é só... eu... eu acho que eu vou... eu deveria ir lá para...
— Blanca, eu acho... – o homem parou de falar ao entrar na sala e ver a morena. – Dulce.
— Victor? – arregalou os olhos diante do sogro. – O que está fazendo aqui?
— Dulce... – sem graça. – Ahn... er... olá, Dulce. Que bom vê-la.
— O que faz aqui? – variou os olhos entre ele e a mãe. – O que está acontecendo?
— Victor veio... ele veio procurar pelo Christopher e aí não o encontrou e... e... ele...
— Christopher deu o convite para a Alexandra. – franziu o cenho. – Para a inauguração do hotel hoje.
— É, claro, ele deu, é... eu não podia ir e Ale não quis ir sem mim e... é... eu...
— O que está acontecendo aqui? – limpou as lágrimas. – O que estão me escondendo? E de onde saiu essa intimidade?
— Que intimidade, minha filha? Por Deus! – disse nervosa. – Nossa! Que coisa absurda!
— O que vocês fazem sozinhos aqui? – confusa. – Já seria estranho se a Ale estivesse, mas ela nem está!
— Estávamos vendo sobre o casamento de vocês dois. – Victor inventou. – Vendo detalhes.
— Hoje à noite? – arqueou as sobrancelhas.
— Ora, Dulce... – Blanca deu de ombros.
— Mãe, quer me contar o que vocês dois estavam fazendo sozinhos nesse apartamento? E por que a minha sogra não está junto? – mirou o sogro. – Era o lançamento do Christopher e vocês nem foram vê-lo!
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Leblon após às 22h
RomanceO primeiro abuso sexual aconteceu aos 12 anos, mas ninguém acreditou quando ela disse. O pai afirmou que a menina só queria chamar a atenção, os irmãos disseram que não passava de um delírio de garota, ela nem era tão bonita assim. A mãe foi silenci...