Parte 113

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— Eu... – subia rapidamente os degraus. – Eu não sabia... digo... eu sabia, mas eu não me lembrei, eu não me atentei, eu não...

— Aqui não é lugar pra isso. – cortou-o.

— Sei que não, mas preciso me explicar. – seguia a morena. – Meu amor, precisa me ouvir.

— Não quero ouvir nada. – a morena abriu a porta da sala, pisando fundo com o salto alto.

— Dulce, pode compreender? – Christopher reclamou, seguindo a noiva. – Eu não me lembrava disso! – ela parou de andar.

— Alejandro? – a morena então mirou o irmão. – O que faz aqui?

— O que está procurando? – Christopher o olhou com desconfiança.

— O que? – Alejandro arregalou os olhos. – Não estou procurando nada!

— E o que faz aqui, então? – o arquiteto seguia sério. – De porta fechada na minha sala?

— Hãn? – negou com a cabeça. – Não vim pela sua sala, eu estava ao telefone, só isso.

— Só isso? – Dulce o encarou. – Nunca é só isso.

— Dulce, tenho problemas grandes demais para ficar me preocupando com as suas desconfianças agora. – guardou o celular. – Se não quer acreditar em mim, problema seu, não posso fazer nada. – saiu dali.

— Alejandro! – ela arregalou os olhos, o irmão não era de desistir tão fácil.

— Tudo parece no lugar. – Christopher foi até a própria mesa, passando os olhos por cima dos objetos e abrindo as gavetas. – Acho que não mexeu em nada.

— Algo não está bem. – sussurrou, intrigada com o comportamento do homem. – Ele mal retrucou. Que problemas ele tem?

— Não sei. – Christopher a olhou. – Passou a reunião toda distraído, mas não comentou nada.

— Hm. – deixou a bolsa na cadeira. – Ok. Pegue o que precisa pegar, resolva as suas pendências e vamos logo.

— Podemos conversar? – aproximou-se dela. – Sabe que nós nunca resolvemos nada na base do grito.

— A única coisa que sei é que você é inocente. – encarou-o. – E me desculpe, mas sua inocência ainda vai nos foder de uma maneira absurda.

— Inocente, Dulce? – ofendeu-se. – É sério?

— Inocente, sim! Inocente por achar que está tudo bem trazer o meu pai aqui para dentro, sendo que tem a minha mãe constantemente nesse prédio.

— É o meu trabalho! – defendeu-se. – E não escondi nada da sua mãe, ela sabe muito bem com quem eu trabalho.

— Inocente por não prestar atenção na única informação que preste que o Fernando nos deu! – reclamou.

— Eu não lembrei de nome, de sobrenome, sei lá. – nervoso. – Não achei que...

— Inocente por achar que eu poderia sair dessa merda toda. – encostou-se à mesa. – Isso não tem saída. Inocência é pensar que sim.

— O que? – ficou de frente para ela. – Não, não comece com isso, é claro que tem saída!

— Já vi essa garota antes. – cruzou os braços. – Não sei se ela já me viu, mas eu já a vi na agência.

— O que? – tentou encará-la. – Fernando não disse que ela saiu? Ele garantiu que Telma não prostituiu a própria filha.

— Te surpreenderia se fosse mentira? – mirava o chão. – Não sei se ela fez programa, eu nunca a vi nos eventos ou escalada pra nada, mas... mas eu tenho certeza de que já a vi na agência e já a vi com a Telma. Eu tenho certeza! – fechou os olhos, tentando forçar a memória. – Não estou errada.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora