14 de Agosto de 2014 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil
— Dul? – Christopher chamou a atenção dela, enquanto dirigia. – Meu amor?
— Hm? – olhou-o de soslaio, ainda concentrada nos carros que passavam rapidamente ao seu lado.
— Não quer falar nada? – sem jeito. – Você não disse uma palavra desde que saímos do apartamento da sua mãe.
— Isso está acontecendo muito rápido, muito misturado. – sussurrou. – Acho que só estou tentando digerir.
— O que Alejandro te disse quando ficaram a sós? – preocupado.
— Nada. – negou com a cabeça. – Que não sabia sobre o Antonio, que não entendia por que você e eu estávamos juntos... o de sempre, eu nem ligo mais.
— Vocês estão bem?
— Não estamos nada. – deu de ombros. – Ele disse que não sabia sobre o Antonio.
— Daniel disse a mesma coisa. – ela o olhou. – Ele estava falando com a sua mãe, enquanto você conversava com o Alejandro.
— Não sei se eu compro essa história. – ela comentou.
— Eu comprei. – arriscou o comentário. – Talvez seu pai soubesse, mas seus irmãos... pelo menos o Daniel... ele não sabia. A maneira como contou pra sua mãe, ele realmente não sabia.
— Realmente acha que Antonio daria um golpe na própria família? Num negócio que também é dele? – franziu o cenho. – Digo, uma coisa é ele me prejudicar, outra coisa é ele fazer isso com a empresa que também é dele, de certa forma.
— Não é. Todo o crédito, toda a fama sempre ficou para o seu pai, nunca para o Antonio. E pelo o que conheço dele, ficar em segundo plano não é algo que ele aprecie muito. – ela suspirou ao escutá-lo. – Sei lá, são apenas teorias.
— Intervenha, ok? – pediu.
— O que? – franziu o cenho.
— Se meu pai começar a falar e eu perder o controle, por favor, intervenha. Fale o que tive que falar, faça o que tive que fazer, por mais que eu não goste na hora. – sincera. – Você tem carta branca.
— Quer que eu cuide de você? – deu um leve sorriso. – É o que está me pedindo?
— Sim, Christopher. – colocou a mão sobre a perna dele. – Cuide de mim, por favor.
— Sempre, Dulce. – ela lhe devolveu o sorriso.
20 minutos depois o casal estava finalmente no apartamento do arquiteto, mal tiveram tempo de se acomodar e logo o interfone já tocava, anunciando a chegada de Fernando.
A morena esperava sentada em um canto do sofá, enquanto Christopher ficara junto à porta, aguardando o sogro. O elevador chegou ao andar poucos segundos depois.
— Boa noite, Christopher. – aproximou-se, caminhando com o apoio da bengala.
— Boa noite. – cumprimentou-o. – Por favor, fique à vontade.
— Obrigado. – entrou no apartamento, e logo viu a ruiva sentada no canto do sofá. – Minha filha!
— Você pode se sentar. – não moveu um só músculo. – Ali. – apontou o outro sofá com o olhar.
— Você está bem? – aproximou-se dela.
— Ali. – levantou-se e apontou o sofá da frente. – Pode se sentar ali.
— Vim em paz. – sentou-se onde ela indicara. – Pedi que conversássemos, apenas isso, meu bem. Você concordou.
— Uma conversa. – disse, quase como uma nota mental. – Sim, podemos conversar. – apontou o sofá outra vez.
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Leblon após às 22h
RomanceO primeiro abuso sexual aconteceu aos 12 anos, mas ninguém acreditou quando ela disse. O pai afirmou que a menina só queria chamar a atenção, os irmãos disseram que não passava de um delírio de garota, ela nem era tão bonita assim. A mãe foi silenci...