Parte 88

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— Não tem mais nada que queira me contar? – perguntou outra vez.

— Não, digo... – deu de ombros. – Tem algo que você queira saber?

— Só sei o que você me conta. – insistiu, mas ela não parecia entendê-lo. – Não tem nada, Dulce?

— Não, não tenho mais nada que queira contar. – fechou os olhos e subiu uma das mãos até o rosto dele. – Mas tem algo que eu quero muito fazer.

— Dul. – sussurrou.

— Te beijar. – tocou os lábios dele. – Assim.

Ela não tinha qualquer experiência em relacionamentos, não sabia como reagir a uma briga ou a um desentendimento, mas se tinha algo que realmente entendia, era de como demonstrar claramente o quanto queria alguém; e ela queria demais o arquiteto.

Deslizou os dedos entre os fios castanhos do namorado, pressionou o corpo dele contra a porta e deixou que as línguas se enrolassem. Não havia desentendimento suficiente para interromper uma conexão como aquela.

Christopher abraçou-a pela cintura, subindo uma das mãos pelas costas dela, sem conseguir evitar o sorriso ao notar a pele descoberta dela.

Encerraram o beijo aos poucos, diminuindo a intensidade do contato até que terminassem com os lábios imóveis, embora ainda tão próximos.

Ela abriu os olhos, encarou-o e então não pôde evitar o riso. Christopher a olhou, e em seguida riu também.

— Estou tão palhaça quanto você? – mantinha o braço ao redor do pescoço dele.

— Bem palhaça. – ria do batom borrado dela. – Por que você escolheu vermelho?

— É bonito, mas infeliz. – lhe deu a bolsa. – Vou pegar um lenço pra consertar isso, espere aí. – correu para o quarto.

Christopher sorriu e negou com a cabeça, pensando no beijo que trocara com ela; era difícil manter qualquer clima ruim com a namorada.

Talvez Tony nem mesmo tivesse conversado com ela, talvez tivesse apenas visto a morena subir até o apartamento e então supôs o que acontecera com a vida dela. Ou ainda, talvez Telma tivesse inventado a história para o homem.

Não era correto brigar com a morena por algo que ela, claramente, não sabia ou não se importava, a ponto de nem mesmo lembrar-se de conversar com ele. Era melhor esquecer o que o vizinho lhe dissera. Definitivamente.

— Pronto. – voltou para a sala, carregando o pacote com alguns lenços. – Vem cá, eu vou limpar a bagunça que fiz em você.

— Espera. – segurou a mão dela.

— O que? – riu. – Já me limpei, né?

— Vou sujar de novo.

Ela teve tempo de dar um meio sorriso antes que o namorado a beijasse outra vez, e agora com muita mais vontade do que antes.

Ele soltou a bolsa, ela soltou o pacote com os lenços, e no instante seguinte já estavam grudados.

Christopher girou os corpos e a colocou contra a porta, pressionou o corpo contra o dela e sentiu a perna dela subir até a sua.

Desceu as mãos até a bunda dela, segurou-a com firmeza e então tirou a namorada do chão. Dulce passou as pernas pela cintura dele, agarrando-se ao homem e fechando os olhos ao sentir os lábios dele descerem pelo seu colo.

— Christ... – a voz sumiu quando ele lhe chupou o pescoço. – Hmm!

Estava a ponto de tirar o blazer quando escutou o celular tocar. Os lábios dele pararam sobre o pescoço dele, permanecendo de tal forma por alguns segundos, enquanto ambos raciocinavam o que acontecera ali.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora