Parte 47

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14 de Agosto de 2014 – Hospital Copa D'Or – Copacabana, Rio de Janeiro, Brasil

Dulce e Christopher chegaram ao hospital cerca de dez minutos antes do horário permitido para visitas, e então tiveram que aguardar na recepção até que o médico fosse chamado e autorizasse a entrada da ruiva.

— Dulce? – o médico entrou na recepção, e no instante seguinte a menina já estava de pé.

— Doutor Jean? – estranhou, já que normalmente era recebida pelo médico de plantão. – B-Bom dia, doutor.

— Bom dia, querida. – cumprimentou-a, fazendo o mesmo com Christopher. – Como tem passado?

— Bem... eu acho. – sem graça. – Minha mãe está bem... né? Digo... o senhor nunca está aqui e agora...

— Prometo que não sou a necessidade de algo ruim. – brincou. – Me acompanha até a minha sala?

— Oi? – piscou seguidas vezes.

— O rapaz pode vir junto. – disse simpático.

— Claro, mas... – não pensou e puxou Christopher pela mão, enquanto caminhava atrás do médico. – Vai me contar algo ruim agora? Porque minha mãe estava bem, eu sempre perguntava aos médicos de plantão.

— Calma, Dulce. – riu. – Tem que ser menos agitada.

— Não, eu sei, mas... sim... – Christopher a abraçou de lado.

— Calma. – sussurrou pra ela. – Ele disse que não é algo ruim.

— Eu sei, só... – suspirou. – Ok.

— Mesmo não estando aqui em tempo integral, eu tenho acompanhado de perto a situação da sua mãe, viu, Dulce?! - sorriu, dando passagem para que o casal entrasse na sala. - Fiquem à vontade.

— Eu me sinto mais segura com o senhor. - confessou. - Acho que falo por ela também. Não que qualquer um tenha nos tratado mal aqui, muito pelo contrário, os médicos foram sempre muito atenciosos, mas nenhum está tão bem familiarizado com a situação, não é?

— Evidentemente. É natural e perfeitamente compreensível que se sinta assim, querida. - sentou-se de frente para os dois. - Bem, observando o quadro da sua mãe após a cirurgia, eu fiquei bem surpreso.

— Por quê? - ajeitou-se na cadeira. - Algum problema?

— Não, problema algum. Aliás, a recuperação dela tem sido surpreendentemente rápida. - comentou. - Eu deveria mantê-la na UTI até amanhã, mas diante do que tenho visto... - sorriu simples. - Não tem necessidade. Sua mãe poderá voltar pra casa hoje.

— O que? - levou as duas mãos à boca. - Meu Deus! Não está falando sério, o senhor está? - surpresa. - Meu Deus...

— Eu estou falando muito sério. - riu do jeito dela. - Pode respirar tranquila, essa fase acabou de vez.

A ruiva o olhou ainda de boca aberta, queria falar centenas de coisas, mas não conseguia emitir um só som de sua boca. Seu coração saltitava dentro do peito e os olhos marejavam cada vez mais rápido.

— Espero que dessa vez esse choro seja de alegria, hein? - o médico brincou, vendo a reação da ruiva.

— Claro. - riu entre lágrimas. - Acho que eu... eu sonhei tanto com esse momento, nem acredito que finalmente está acontecendo.

— Já te vi chorar muito de desespero, Dulce. - ele sorriu. - Agora não quero te ver mais derramar uma só lágrima de tristeza, estamos combinados?

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora