Prólogo

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16 de Janeiro de 2014 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil

Era a quinta garrafa de cerveja que rolava na mesa, o torresmo já estava quase no fim, e não sobrara muito da cebola frita.

O relógio passava das nove horas da noite, e os três homens seguiam sentados na mesa ao lado de fora do bar, conversando principalmente sobre o casamento de Alfonso, que aconteceria em dois dias.

Alfonso era advogado, alto, bonito, corpo definido, olhos verdes, a perdição das mulheres cariocas, mas para a infelicidade das mesmas, estava noivo. Noivo e amarrado à também advogada e dona do corpo bonito e dos olhos mais azuis de todo o Rio de Janeiro, Anahí Puente.

Seu irmão mais novo, Christopher, embora de olhos castanhos, tinha a mesma beleza de Alfonso, e até alguns centímetros a mais, beirando quase 1,91m. Sempre se deram bem, desde a infância, mas Christopher optara por estudar arquitetura, e era extremamente apaixonado pelo que fazia.

Havia terminado recentemente seu namoro com Mayra, irmã mais nova de Maite, que estava noiva de Christian, seu melhor amigo.

E era exatamente Christian quem compunha a mesa com ambos os irmãos àquela noite. O moreno tinha os olhos escuros, o cabelo castanho, e um corpo extremamente trabalhado em horas exaustivas de academia. Crescera junto com Alfonso e Christopher, e não conseguia se lembrar de um só passo importante que tivesse dado sem antes conversar com os dois; eram um trio inseparável.

— E aí, preparado? – Christian lançou a pergunta tão temida.

— Preparadíssimo. – Alfonso respondeu sem titubear, e escutou o aplauso dos amigos. – Eu não escolheria outra vida, brother. Agora estou pronto, eu quero me casar.

— E está na hora mesmo. – o irmão complementou. – Daqui a pouco já vai fazer 30.

— 29. – corrigiu-o. – Mas não importa tanto, o meu negócio é sossegar com a Ani. Não estou mais pra essa vida de solteiro.

— Eu também não. – Christian disse logo. – Vou te dizer que há algum tempo que não penso em mais ninguém.

— Ih, vocês podem parar, por favor? – Christopher bebeu um pouco da cerveja ao reclamar.

— A Mayra está lá, caso você queria voltar. – o amigo brincou. – Maite me disse que ela voltaria contigo quando que você quisesse.

— Não estava dando certo. – resmungou. – Não vou ficar com ela apenas por conveniência.

— Mas então fique com alguém, pelo menos. – o irmão o olhou. – Me disseram que você foi o único que não comeu ninguém na minha despedida de solteiro. E porra, brother, eu chamei as melhores do Rio!

— Não estava com vontade. – justificou-se rapidamente. – Não queria transar só por transar.

— É porque você nunca conheceu a Cherry. – Christian gargalhou. – É ou não é, Poncho?

— Quem é essa? – perguntou quase involuntariamente. – Bonita? De onde ela é?

— Meu irmão, ela é a loira mais bonita que essa cidade já viu. E que Ani não me escute falando assim. – fez o sinal da cruz. – Foi a minha alegria por um bom tempo.

— E a minha também. – Christian piscou. – Sabe de uma coisa, Poncho? Nós deveríamos ligar pra ela. O Christopher precisa conhecê-la.

— É prostituta? – negou com a cabeça. – Sei bem que tipo de diversão vocês costumavam ter e não quero esse tipo de encrenca. Valeu, mas não.

— É de luxo. – o irmão explicou. – Muito cara, mas faz o que você quiser. Sabe aquele dinheiro que vale à pena investir? Pois bem.

— Cherry é um investimento! – Christian disse, a voz beirando o tom de saudade.

— Não me interessa. – manteve-se firme. – Não vou gastar meu dinheiro com isso.

— Eu pago. – o amigo disse logo. – Pago pra você, Christopher. Mas de verdade, não perca a chance de ter pelo menos uma noite com a Cherry.

— Não. – revirou os olhos. – Não quero.

— Vou ligar na agência. – o irmão pegou o celular. – Vamos ver o que ela consegue fazer por você.

— Poncho, já disse que não! – esbravejou.

— Para amanhã, ok? – piscou. – Assim você tem o dia todo pra relaxar e se preparar.

— Não ligue. – avisou uma última vez.

— Alô? – sorriu cínico. – Por favor, quero marcar uma data com a Cherry. É o Uckermann.


Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora