Parte 122

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— Eu te amo tanto. – manteve-se encarando-a. – Te amo tanto, Dul.

— Eu sinto. – sorriu pra ele. – Isso é o que me mantém viva. Você.

Fora uma noite internamente difícil para ambos, mas externamente cheia de amor e carinho, sentiam-se mais intensos do que nunca.

Ele a levou para um banho juntos, e depois de muita graça no chuveiro, conseguiram sair dali e trocar de roupa.

A pizza chegou pouco tempo depois, e diferente da maioria das vezes, optaram por comer sentados no sofá, a televisão desligada e apenas o som do jazz que seguia ecoando pelo apartamento.

— Hm. – ela esticou a perna por cima da coxa dele. – Me promete uma coisa?

— Qualquer coisa. – mordeu a pizza, haviam optado por nem mesmo usar talheres.

— Prometa que dará o seu melhor em São Paulo. – ele a olhou. – Que fará o melhor pelo seu pai, que agirá com todo o seu potencial.

— Sempre faço isso. – riu e ela franziu o cenho. – Dul...

— Faz isso quando não está sozinho, bravo, irritado com toda a situação. – ele girou os olhos, sem querer concordar. – Quero que faça isso, mesmo que a situação não seja a mais favorável.

— Não tenho vontade de fazer isso. – confessou. – Mas farei. Farei, porque você está pedindo.

— Morro de orgulho de você, meu amor. – deslizou o pé pela coxa dele. – Sabe disso.

— Não me provoque! – disse sério e ela gargalhou.

— Só estou brincando. – mordeu a pizza. – Prometo.

— Como foi o seu dia? – pegou o copo de coca cola. – Já disse que o meu foi uma merda, mas e o seu?

— Já falaremos sobre o meu. – terminou de mastigar. – Eu quero te perguntar uma coisa, porque você disse que o Alejandro estava de conversinha com o Poncho.

— Amor, eu vou te falar uma coisa que, na boa, só de falar eu já me sinto mal, e não diria isso pra ninguém mais. – olhou-a e ela assentiu. – Mas hoje, pela primeira vez, eu não me senti bem com o meu próprio irmão, e isso... isso é horrível.

— Pode falar mais sobre isso? – perguntou baixo.

— Passei no escritório para pegar uns documentos, e fui logo depois que deixei você na revista, ainda era bem cedo. Poncho estava sozinho com o Alejandro, e tive a impressão de que esconderam tudo quando eu cheguei, sabe? Como se estivessem com medo de algo.

— Medo do que? – pensou em voz alta. – São tão amigos assim?

— Já nem sei dizer. – arfou. – Poncho sempre se deu bem com ele, mas... sei lá.

— Essa amizade do Poncho com o Alejandro... – pegou a pizza. – Digo, sempre foi apenas com o Alejandro? Ele nunca teve nada maior com o Dan ou o Rafa?

— Hmm... – forçou a memória. – No começo, sim. Poncho sempre andou com os três, mas era algo entre eles, eu mesmo nem conhecia, não tinha envolvimento, não... veja bem, Poncho e eu sempre tivemos uma boa relação, mas eu tinha os meus amigos e Poncho tinha os dele. Nós nunca misturamos as coisas.

— E Christian? – curiosa. – Não é amigo de vocês dois?

— Christian é meu amigo. – soou confiante. – A única coisa que ele compartilhava com o Poncho, era a Cherry.

— Urgh. – negou com a cabeça.

— Desculpe. – disse em seguida e ela deu de ombros. – E eu fiquei feliz quando fechei a parceria com o seu pai, porque fiz isso sem qualquer influência do Poncho, sem nenhuma ajuda dos seus irmãos, aliás, foi só a partir dali que nós passamos a conviver.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora