Parte 30

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05 de Maio de 2014 - Botafogo - Rio de Janeiro, Brasil

Como era o dia de volta da ruiva, Dulce não precisou trabalhar durante a tarde ou a noite. Deixara a agência de Telma ainda cedo, e como não queria permanecer em tal vida por muito tempo, aproveitou o tempo livre para passar em duas revistas e ali deixar uma cópia de seu currículo. Sem indicação ou um processo seletivo, ela provavelmente não entraria em lugar algum, mas precisava tentar.

— Oi. - a ruiva sorriu da forma mais simpática possível, quando chegou à recepção da revista adolescente.

— Boa tarde. Em que posso ajudar? – a recepcionista, com algumas mechas rosas no cabelo, lhe abriu o sorriso.

— Eu gostaria de deixar um currículo. – disse baixo, e logo a mulher alta e de salto fino, entrou batendo o pé na recepção.

— Boa tarde, Simone. – cumprimentou a recepcionista.

— Boa tarde, senhora. – disse rapidamente.

— Você é a entrevistada? – a mulher encarou a ruiva de cima a baixo.

— Oh, não. – corou. – Não, eu só... só vim entregar uma cópia do meu currículo.

—Onde está a minha entrevistada, Simone? – encarou a recepcionista.

— Ela ainda não chegou.

— Hm. Quando ela chegar, diga a ela que já foi eliminada. – pegou o currículo da ruiva. – Eu não trabalho com gente que se atrasa.

— Sim, senhora. – assentiu prontamente.

— Vamos ver. – abriu o envelope e pegou o currículo da ruiva. – Dulce María.

— Sim, eu... – a mulher a interrompeu.

— Vogue? – olhou-a nos olhos pela primeira vez.

— Por mais de um ano. – deu um leve sorriso.

— Você tem um currículo ótimo. – voltou a ler.

— Se necessário, Jeanne preparará uma carta de recomendação. – ansiosa.

— Não será necessário. – abriu a bolsa. – Não poderei ficar com você agora.

— Ah, eu... – gaguejou. – Ah... claro, ok.

— Volte quando terminar a faculdade. – pegou um cartão e estendeu pra ela. – Tem meu telefone e e-mail aí.

— O-obrigada. – sussurrou, pegando o cartão.

— Não deveria perder seu tempo procurando emprego agora. – sincera. – Você já está no fim do seu curso. Eu não confio em te contratar como uma funcionária ainda, e também não vale a pena te ter como estagiária só por alguns meses.

— Certo. – suspirou.

— Se estava na Vogue, certamente tem um talento que precisa ser notado. – deu uma piscadela pra ela. – Nos encontraremos de novo em alguns meses, certo?

— Certo. – sorriu de leve. – Obrigada.

A mulher assentiu, pegou o envelope do currículo e então saiu dali com o papel nas mãos.

— Acredito que você tenha chance. – a secretária sorriu. – Adélia normalmente não dá segundas chances assim.

— Bom... – a ruiva disse esperançosa. – Então eu voltarei em alguns meses.

— Boa sorte, Dulce María. – simpática.

— Obrigada. Boa tarde. – respirou fundo e então deixou a revista.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora