Parte 73

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22 de Outubro de 2014 – Hospital Samaritano – Rio de Janeiro, Brasil

Dulce chegou discreta com Christopher ao hospital onde o pai fora internado. Deu o nome na recepção, e ficou em um canto isolado com o homem, enquanto Daniel não chegava.

— Será rápido, ok? – mirou o noivo. – Entro, vejo como ele está e vamos embora.

— Use o tempo que precisar. – passou os braços pela cintura dela.

— Não quero tempo algum. – fechou os olhos e encostou a cabeça no peito dele.

— Oi, pessoal! – Daniel sorriu ao ver os dois.

— Oi, Dan. – lhe deu um beijo no rosto e separou-se do namorado, para que ele também pudesse cumprimentá-lo.

— Como estão as coisas? – mirou o cunhado. – Tudo bem por lá?

— Falei com o Christian agora há pouco. – comentou. – A imprensa está enchendo o saco, mas ele está conseguindo conter, pelo menos por enquanto.

— Não liberamos nota alguma. – contou. – E Alejandro está lidando com os jornalistas.

— Diga a sua versão. – encarou o irmão. – É a melhor delas.

— Estamos tentando achar uma maneira de fazer isso. – explicou. – Nosso pai não tem condição de falar agora.

— Não podem simplesmente lançar uma nota oficial? – deu de ombros.

— Dul, eles descobriram sobre você. – encarou-a. – E mais do que isso, descobriram de você e que está com o Christopher, que trabalha conosco... é algo forte demais para resolvermos apenas com uma nota. Me desculpe.

— Nunca é fácil quando se trata dessa família, né? – suspirou e abraçou o noivo de lado.

— Como está o Fernando? – o arquiteto tentou aliviar o clima.

— Ele está bem, venham comigo. – levou-os até o quarto. – Ele está com dificuldade para falar, e o médico disse que é melhor segurar a onda por enquanto, mas fora isso ele está respondendo ao tratamento.

— Poderá sair logo daqui? – ela o olhou.

— Em breve. Precisar ficar em observação por enquanto, é uma doença traiçoeira, ele piora muito rápido. O médico nos falou sobre a possibilidade de um transplante de célula tronco.

— O que? – a morena arregalou os olhos.

— Talvez melhore. Mas é um grande talvez, então não sabemos o que fazer.

— Vale à pena? – ela indagou.

— A cada quatro pessoas que tentam, uma piora, duas permanecem estáveis e uma, de fato, melhora. – soltou um longo suspiro.

— É um tiro no escuro. – Christopher sussurrou.

— Mas pode ser uma chance. – Daniel sorriu de lado. – Pra tentar salvar a vida dele.

— Sou Alejandro. – saiu do quarto. – Isso, sou eu que vou responder. – acenou para o casal e logo saiu dali.

— Provavelmente mais algum jornalista curioso. – sorriu para a irmã. – Eu vou avisar o Rafa que vocês chegaram. – piscou e entrou no quarto.

— Quer que eu entre com você? – mirou a noiva.

— Não sei. – suspirou. – Não sei como ele está, se consigo vê-lo sozinha...

— Eu não queria ir, porque já briguei com ele hoje. – sem jeito. – Ele ficou nervoso e não sei o quanto isso pode ser prejudicial. Mas se você precisar, não me incomodo de estar com você, é só...

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora