23 de Dezembro de 2014 – Grupo Marino – Quarto 202 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil
Dulce acordou sentindo-se com a pior disposição dos últimos dias, a cabeça latejava tão intensamente, que ela evitara até mesmo o copo de água que acreditava conter qualquer tipo de droga.
Recusou o café da manhã, e não conseguira nem mesmo usar o tempo disponível para desenhar, qualquer esforço parecia demais para ela.
— Dulce? – Lorenzo entrou com a bandeja de café da manhã. – Bom dia, querida.
— Oi. – seguia deitada na cama. – Bom dia. – reparou que Graça entrara logo atrás do homem. – O que houve? Vocês vieram juntos.
— Disse ao doutor que você não estava muito disposta. – carregava outra pequena bandeja de prata. – E não quis comer.
— Nada disposta. – Dulce reforçou, sentando-se na cama e reparando nas agulhas e nos pequenos tubos em cima da bandeja. – Mais exames?
— Assim nós gostaríamos. – Lorenzo sorriu colocou a bandeja na cama. – Se você permitir.
— Não me incomodo. – estendeu o braço para a enfermeira. – Mas por que isso agora?
— Por procedimento. – ele sorriu enquanto Graça preparava a morena. – Para saber como você está.
— É isso mesmo? – olhou-o. – Ou o resultado da urina não foi o que você esperava?
— O que disse? – ele piscou seguidas vezes.
— Eu sei quando aconteceu. – viu Graça passar o algodão sobre sua pele. – E eu sei como estou.
— Como está? – Graça franziu o cenho.
— O que isso quer dizer? – Lorenzo manteve-se sério.
— Que estou grávida. – disse com simplicidade.
— Grávida? – ele perguntou com a expressão serena, sem deixar transparecer a surpresa que tinha.
— Sim. – Dulce asentiu e mirou a enfermeira. – Eu estou grávida.
— Não quero que coloque na sua mente uma coisa que ainda não existe. – Lorenzo insistiu.
— Pode tirar o sangue, mas eu já sei o resultado. E estou pronta. – mirou a mulher. – Já vai tirar?
— Vou, querida. – disse calma. – Feche a mão, por favor. – pegou a agulha. – Uma picadinha...
Dulce fechou os olhos e deixou que a enfermeira preenchesse os vários tubos de sangue, logo recebeu o algodão no braço, apertando-o enquanto Graça não lhe dava um pequeno band-aid.
— Sem forçar esse braço, está bem? – sorriu para a morena, que assentiu rapidamente.
— Graça, leve para a análise agora, por favor. – mirou a senhora. – Obrigado.
— Com licença, senhor. – pegou a bandeja e logo deixou o quarto.
— Precisa comer agora. – Lorenzo colocou a outra bandeja perto dela. – Não pode pular o café da manhã, é importante que esteja bem.
— Não estou bem. – resmungou. – Estou com muita dor de cabeça.
— Providenciarei um remédio para você. – sério. – Mas precisará comer.
— Não me sinto disposta para isso. – suspirou.
— Dulce. – sério. – Por favor, sim?
— Hm. – mais uma vez resmungou, mas ao notar que não adiantaria, aceitou e espertou o garfo no pedaço de mamão.
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Leblon após às 22h
RomanceO primeiro abuso sexual aconteceu aos 12 anos, mas ninguém acreditou quando ela disse. O pai afirmou que a menina só queria chamar a atenção, os irmãos disseram que não passava de um delírio de garota, ela nem era tão bonita assim. A mãe foi silenci...