Parte 6

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24 de Fevereiro de 2014 – Catete - Rio de Janeiro, Brasil

— Mãezinha! – abriu a porta do apartamento. – Mãe?

— Estou aqui, Minha querida. – disse do quarto. – Dulce?

— Mãe? – deixou a mochila na sala e foi atrás da senhora.

— Aqui. – não conseguia gritar. – No quarto, meu bem.

— Oi! – sorriu ao vê-la. – Como a senhora está bonita hoje!

— Quimio, não é? – revirou os olhos.

— Vou com você. – aproximou-se e lhe encheu de beijos. – Minha gostosa! Como foi seu final de semana?

— Muito tranquilo, Marcela ligava o dia inteiro pra saber se eu estava bem. – riu ao comentar.

— Ela nunca falha.

— E você? – curiosa. – Como foi no sítio? Você se divertiu?

— Sim... – sentou-se ao lado dela na cama. – Foi legal. Um final de semana diferente.

— Conheceu alguém? – riu, e a filha arqueou uma sobrancelha. – Ora, perguntar não ofende! E eu quero tanto um genro!

— Pois vai ficar querendo, Dona Blanca. – beijou-lhe o rosto. – Dá tempo de esperar meu banho? Não levo mais que 10 minutos.

— Claro, Meu amor. Não se preocupe. – a menina levantou-se correndo. – Vá sem pressa.

— Ok! – gritou em resposta.

Dulce foi para o próprio quarto, desfez a mala e pegou o celular, pensando se deveria ou não fazer a ligação. Repensou o final de semana que vivera, e então discou os números.

— Pronto. – a mulher atendeu séria do outro lado da linha.

— Telma? Sou eu, Marie.

— Oh, Querida. – desarmou-se. – Bom dia! Você aparece por aqui hoje?

— Sim. Sim, tenho um cliente às 23h. – sentou-se na cama. – Mas eu queria... queria marcar uma hora pra conversar com você.

— Eu tenho uns compromissos, mas você consegue me encontrar a partir das 20h. A menos que queira falar agora.

— Não, agora não. – olhou para a porta. – Não tenho muito tempo. Eu chegarei às 20h pra falar com você.

— Ok. Você está bem? – preocupada.

— Sim, só... – respirou fundo. – Não marque nenhum cliente pra mim, ok? Eu preciso falar com você antes de qualquer coisa.

— Certo. – ficou séria. – Eu te aguardo.

— Obrigada. Até mais. – desligou o celular, respirando fundo para tentar se convencer de que havia tomado a decisão certa.

24 de Fevereiro de 2014 – Leblon – Rio de Janeiro, Brasil

Dulce não era de atrasar, principalmente quando dava sua palavra a alguém, mas justamente naquela segunda, o trânsito na capital carioca parecia estar ainda pior.

A ruiva só conseguiu chegar ao trabalho por volta de 20h30, e mal cumprimentou as amigas; foi correndo até a sala de Telma.

— Posso entrar? – deu dois toques na porta.

— Por favor. – Telma disse calmamente, do lado de dentro.

— Oi. – deu um leve sorriso e entrou na sala.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora