Parte 21

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19 de Abril de 2014 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil

Dulce acordou apenas quando escutou as vozes agitadas no apartamento, abriu os olhos devagar e tateou a cama, procurando pelo namorado.

— Christopher? - o sorriso desapareceu ao ver que ele não estava ali. - Hunpf. - franziu o cenho para enxergar melhor o horário no despertador. - Hm, 10h e... 10h30? Puta merda! - levantou-se assustada e calçou o chinelo do homem, para então sair do quarto; havia dormido demais.

Foi até a sala, mas não havia nem sinal dele ali, no entanto, a voz seguia ecoando pela cozinha. Foi até o ambiente, e então parou na porta, arregalando os olhos em seguida.

— Bom dia, meu amor. - o homem sorriu tranquilamente. - Achei que não fosse acordar mais.

— Bom dia, filhota! - Blanca sorriu docemente.

— M-Mãe. - piscou seguidas vezes. - Como... como que... Meu Deus! - levou as mãos ao próprio corpo, lembrando-se que usava apenas a camisa do homem.

— Christopher foi me buscar, porque eu liguei e você ainda estava roncando. - deu de ombros ao falar. - Eu trouxe mais roupas, estão na sacola aí na sala.

— Ok, eu... - corada. - Eu vou me trocar e depois nós vamos conversar seriamente, ouviu?

— Eu vou aprender uma receita com o nosso príncipe aqui. - abraçou o arquiteto. - Mas depois posso te dar atenção, sim.

— Ora! - revirou os olhos e saiu da cozinha.

— Você está linda, meu amor! - o homem gritou, apenas para provocá-la.

— E você está perdido. - rebateu, fazendo-o rir com a senhora.

— Mãos à obra, querido. - animada. - O que faremos?

— Vamos lá. - pegou o livro de receitas. - Tive que batalhar muito pra minha mãe me emprestar isso, sabe? Ela guarda esse livro como se fosse uma joia de família.

— Receitas assim são preciosas, ela faz bem. - sentou-se à mesa. - Em que posso te ajudar?

— Apenas leia pra mim. - abriu a geladeira. - O resto fica por minha conta, eu prometo que vai gostar.

Enquanto Blanca e Christopher conversavam sobre o almoço, Dulce tratou de se arrumar o mais rápido possível. Colocou o short jeans que a mãe havia levado e também a regata azul, prendeu o cabelo em um alto rabo de cavalo e passou o resto do tempo cuidando da pele. Lavou o rosto, passou os cremes e por último o protetor solar; só depois foi para a cozinha.

— E aí, seus traíras, o que estão aprontando? - aproximou-se da mãe e lhe deu um beijo no rosto.

— Só adiantamos as coisas enquanto você dormia.- abraçou a menina.

— Eu não tinha dito que iria buscar a senhora? Teimosa. - reclamou.

— Eu liguei, Christopher sabia chegar sozinho, qual o problema? - simples.

— Abusada. - foi até o namorado, que despejava a mistura no liquidificador. - E você, qual a desculpa?

— Você estava dormindo bem, tive dó de acordar. - aproximou o rosto do dela.

— Não foi esse o nosso combinado. - lhe deu um selinho. - Precisa de ajuda aqui?

— Nem adianta, querida, ele também não me deixou ajudar. - antecipou-se. - Só posso ler o passo a passo.

— Quero fazer tudo pra vocês. - piscou. - E garanto que vão gostar.

— Ele é assim mesmo, já nem me incomodo. - beijou o ombro do homem e foi até a geladeira. - Mas enquanto o prato francês não sai, eu vou comer a pizza de ontem.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora