13 de Agosto de 2014 – Catete – Rio de Janeiro, Brasil
Na quarta-feira, Dulce acordou no horário habitual. Tomou um banho rápido, trocou de roupa e improvisou um café da manhã; tinha pouco tempo para se arrumar e chegar ao hospital para ver a mãe. Após a visita, precisaria correr na faculdade para a assessoria do TCC.
Terminava de escovar os dentes, quando escutou as batidas na porta da sala. Praguejou o vizinho, já imaginando que o mesmo faria alguma reclamação.
— Muita calma nessa hora, muita calma. – repetiu para si mesma, enquanto ia até a sala, para atender a porta. – Oi.
— Bom dia. – o arquiteto sorriu.
— Christopher. – arregalou os olhos. – Qual o problema do porteiro? Ele não anuncia mais ninguém, não?
— Ele já me conhece. – deu de ombros. – E imagino que você me conheça também.
— Christopher... – tentou soar mais séria que o normal.
— Eu não aceito 'não' como resposta. – entregou o papel pra ela. – Por favor.
— O que é isso? – franziu o cenho.
— Um convite formal. – riu ao falar. – Pra você jantar comigo.
— Sério? – esforçou-se para não sorrir.
— Claro. E como você pode ver, ele não pode ser recusado ou transferido. – piscou para a ruiva. – E aí, o que me diz?
— Eu... – olhou-o com os olhos cheios de lágrimas.
— Dulce. – assustou-se. – Não era pra você...
Ela se jogou nos braços dele, levando as mãos ao seu rosto, enquanto unia os lábios em um demorado e carinhoso beijo.
Christopher apenas aceitou o contato, passou os braços pela cintura dela e apertou o corpo da ruiva contra o seu.
Entrou no apartamento, fechando a porta com um dos pés, para logo encostar a mulher contra a madeira; era absolutamente louco por Dulce.
— Você não é a mesma que falou comigo ontem. – deu um último selinho nela, mas manteve os rostos colados.
— Eu sou. Só não é tão fácil dizer 'não' te olhando nos olhos.
— Então você deveria parar de tentar. – ela o beijou outra vez.
— Não quero te deixar ir, mas tenho consciência de que sou um erro na sua vida.
— Se a vida é minha, acho que você deveria me deixar decidir sozinho. – deu um leve sorriso pra ela. – Minha vida, meus riscos.
— Preciso... preciso sair pra ver a minha mãe. – passou os braços pelo pescoço dele. – Mas eu...
— Só me responda pelo jantar. – ela riu. – Estou esperando.
— Sim. – assentiu. – Eu quero jantar com você.
— Hoje. – lembrou-a.
— Hoje. – completou. – Pra ser sincera, também queria ter jantado ontem. – deu um leve sorriso. - Se quer sinceridade mesmo, fiquei bem magoada por não ter jantado, eu meio que... Eu tenho precisado muito de você ultimamente, mais do que o normal.
— Era algo importante. – explicou-se. – Mas hoje a minha noite é só sua.
— Me desculpe por tentar afastar você. – corou.
— Funcionamos melhores juntos, você já deveria saber disso. – ela assentiu.
— Eu sei, é só... eu cometo muitos erros. – encostou os lábios aos dele.
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Leblon após às 22h
RomanceO primeiro abuso sexual aconteceu aos 12 anos, mas ninguém acreditou quando ela disse. O pai afirmou que a menina só queria chamar a atenção, os irmãos disseram que não passava de um delírio de garota, ela nem era tão bonita assim. A mãe foi silenci...