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- você tem mesmo certeza? - indagou preocupado e até um pouco assustado pela convicção do menor. Não queria que ele acabasse se arrependendo de sua escolha. - você pode esperar o tempo que quiser, não precisa ser agora. - disse para o fazer pensar mais um pouco sobre a decisão que tomou.

Não que ela fosse ruim, longe disso. Até gostava um pouco da ideia dele, Deidara, pelas suas contas, ficaria mais amoroso ou coisa do tipo e com certeza seria a coisa mais bela do mundo assim que fosse para acontecer "aquilo". Só ficava realmente assustado e com o pé atrás pelo medo dele acabar se arrependendo e não poder desfazer o jutsu.

O selamento não era reversível e tinha uma grande chance do loiro ficar meio mal com isso, querer tirar e não poder. Fora que iria sofrer um pouco com o útero, tanto durante a formação quanto depois. Seu pai o mataria caso soubesse que estava prestes a concordar com o mais novo. Madara não gostava de ter um "talvez" no meio da história. Para o agradar tinha que haver uma certeza completa, sem dúvidas.

Queria que o Uzumaki não ficasse com receio do pós ou do "ainda". Ele tinha que ter a perfeita noção do que aconteceria e concordar com isso.

- e-eu quero, hm. Quando mais cedo fazer, mais rápido acaba. - Obito teve certeza de que ele fez careta na última frase.

- tudo bem, vou fazer. Mas por favor, saiba que isso não é reversível, é para sempre, não tem como retirar ele de dentro de você e sabe que pode engravidar com qualquer coisa que façamos errado. - avisou sério, o virando de frente para si e o encarando nos olhos. Buscou algum sinal de duvida, apreensão, mas não encontrou nada.

- eu sei. Vamos tomar cuidado, não vou querer tirar e vai dar tudo certo, hm. - concordou mesmo sabendo de tudo que poderia acontecer. Obito tinha tantos medos quando se tratava de gravidez, tanto pelo karma que poderia bater em sua porta como com traumas de perdas desde a infância.

Se culparia eternamente com o que fez com Kushina logo após ela passar pelo parto. Ela estava fraca, frágil, tinha acabado de ter um bebê. Estava morrendo de receio de que aquilo voltasse para si. Não podia perder Deidara, não podia, se recusava a perde-lo.

Foda-se a lei da vida ou do universo. Estava literalmente pouco se fodendo para isso. Aquilo que fosse para o inferno.

Não o perderia, simples assim. A ruiva que o perdoasse por fazê-la passar por aquilo, mas não aconteceria o mesmo com o seu loirinho.

- tá, quem sou eu para questionar suas decisões? - suspirou, não tinha como tentar o refutar mesmo que trouxesse centenas de argumentos com motivos para ele esperar. - seu corpo, suas regras.

Se vestiram rapidamente. O Uchiha colocou novamente os felinos no quarto, os arrumando e deixando água e comida para Luna, logo indo para sua dimensão e levando o loiro para a área "física" de seu Kamui. Lá haviam diversos sharingans do dia do massacre do clã, corpos dissecados - inclusive o de Danzou e seus dois subordinados, mas estes ainda estavam inteiros. -. O Uzumaki evitou olhar para alguns órgãos soltos que seu namorado havia retirado, faces desfiguradas e pessoas sem certos membros corporais.

Pegou o pergaminho de uma das gavetas, o abrindo e deixando o menor ajoelhado em um dos futons do local. Ficou na frente dele, cobrindo seus olhos com uma venda. Se ajoelhou com calma, tomando coragem e tentando ser o mais firme possível para completar aquilo.

Deidara iria "desmaiar" assim que fosse concluído, por isso tinha que ficar em um lugar confortável para cair adormecido e talvez o brilho incomodasse seus olhinhos.

Respirou fundo, lendo uma última vez os jutsus para logo em seguida começar a fazer os selos de mão. Fazia tudo com o coração na mão, ouvia a respiração pesada do mais novo e isso era um pouco agoniante. Tremia levemente, temendo por acabar o ferindo de alguma forma. Vários momentos de seu passado começaram a passar rapidamente por sua mente, lhe lembrando que ele era a pessoa mais importante de sua vida. Madara e Deidara eram realmente quem mais lhe importavam - mesmo que um já estivesse morto.

false innocence - Tobidei | Obidei Onde histórias criam vida. Descubra agora