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Após o jantar com muitas pequenas discussões e indiretas aleatórias, Hidan ficou lavando a louça enquanto os outros subiam para os quartos para irem dormir ou apenas para ficarem em paz. Deidara dessa vez fora no colo de Obito por não ter escolha alguma ou um argumento para ir caminhando sozinho.

O albino ficou sozinho, resmungando pela água estar gelada e fazê-lo ficar se arrepiando e com os dedos doendo quando sua derme entrava em contato com o líquido frio.

O silêncio no esconderijo estava ensurdecedor. Não se ouvia um murmúrio e isso estava o incomodando. Era tão acostumado com uma barulheira por todos os cantos que era estranho não ouvir nada, apenas o som baixinho da esponja limpando os talheres e dele mesmo falando sozinho.

Tinha certeza de que ninguém mais estava por perto, então estava distraído, pensando em absolutamente nada além de terminar aquilo o quanto antes.

Por isso pegou uma faca de cozinha e virou para trás com ela apontada, pronto para enfiar a mesma em quem quer que fosse após ouvir algo.

Arqueou uma sobrancelha quando viu que o pequeno barulhinho de alguém estalando os dedos veio de Kakuzu, que estava com as costas apoiadas na geladeira enquanto o encarava inexpressivo. Era estranho ve-lo o olhando profundamente, lhe dava medo.

Pensou e jurou que ele também já tinha ido dormir, mas não, pelo jeito havia dado um jeito de voltar para lá sem chamar a atenção de ninguém.

Deu de ombros e voltou a fazer o que estava fazendo, agora parando de resmungar e ficando quieto. Sentia o olhar dele queimando em suas costas, entretanto não tinha o mesmo efeito de antes. Era como se estivesse sozinho, não tinha mais os arrepios, seu rosto não ficava vermelho e não queria mais o provocar para testar seus limites.

Tudo sumiu. Tinha certeza de que havia finalmente superado, rezando para Jashin que estivesse certo e não equivocado de seus sentimentos. Pensou no que Deidara disse e ficou repetindo aquilo dentro de sua mente.

"Supera"

"Ele não te merece"

Não iria falar com o maior, se ele quisesse conversar que fosse por iniciativa própria. Não daria um passo para isso.

Quando terminou, pegou uma toalha e secou as mãos antes de começar a secar e guardar as louças rapidamente, querendo se jogar na cama e dormir tranquilamente.

- vai ficar me ignorando até quando? - Kakuzu questionou após perceber que estava sendo ignorado e que Hidan não iria falar nada caso não falasse.

- não estou te ignorando, estou secando a louça. - respondeu frio, ainda sem se virar para o encarar.

- pode falar comigo enquanto faz isso? - questionou novamente, esfregando as mãos, ansioso.

- fala, quero ir dormir logo. - disse após suspirar. Queria ver o que ele iria dizer.

- sei que já te disse isso várias vezes, mas quero pedir de novo. Me desculpe por ter te feito de trouxa, por ter te machucado tanto física quando emocionalmente. Não sei o que passou na minha cabeça para ter te magoado tanto, por ter te tratado como um brinquedo que se usa e joga no lixo. - não pode terminar de falar, pois o albino o interrompeu.

- eu já não te perdoei por isso, Kakuzu? Você já me pediu desculpas umas três vezes! Não sei por que fica insistindo. - tentava não elevar a voz para não atrair ninguém do andar de cima. Não queria que Deidara descesse com um pássaro de argila e o explodisse na sua cara. - já passou, já faz tempo, já superei, chega disso.

- eu não quero só seu perdão! Hidan, eu te quero como meu! Me arrependi do que fiz e quero concertar, nunca mais vou fazer algo parecido. Porra, olha como o Tobi perdoou o Deidara depois de ser explodido milhões de vezes! Eles estão juntos e vão casar logo, por que você não volta e fica comigo, inferno?! - o jashionista parou, apertou as sobrancelhas e pediu para que seu Deus lhe enviasse um combo de paciência e amor próprio.

false innocence - Tobidei | Obidei Onde histórias criam vida. Descubra agora