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Nem lembrava de quantas vezes havia desmaiado e acordado perdido.
Bem, dessa vez não fora diferente...

Novamente, estava idêntico ao seu sonho. A camisa preta e maior do que normalmente usava estava rasgada em alguns pontos. As partes de suas pernas que estavam amarradas estavam roxas pela pressão das cordas, enquanto o resto sangrava ou estava vermelho.

Realmente não se assustou com a mordaça em sua boca em um aperto muito forte que chegava a machucar o canto de seus lábios. Sua visão estava turva e seu ouvido zumbia alto, parecendo que estava no meio de uma explosão, mas era o efeito de tantos desmaios consecutivos e muita pancadaria.

Também não ficou nada abismado ao perceber que alguém estava com a metade do rosto coberta de sangue. Estava tão perdido que nem ligou para aquilo, afinal já sabia o que estava acontecendo.

Quando voltou a escutar direito, ouviu os gritos agoniados e doloridos daquela pessoa. Mas estranhamente gostava dos berros de dor que saiam de sua garganta.

Viu as costas do homem serem rasgadas sem pena nenhuma, como se quem o fizesse não tivesse nenhum sentimento. Não focava em quem o torturava e sim em quem era torturado.
Tinha medo de olhar para ele.

Observou um pouco assustado quando as costelas foram separadas da coluna vertebral com a maldita katanada exata. A arma branca era extremamente afiada e quem a manuseava sabia o que fazia.

A figura ficou parecida com as asas de uma águia, o que estava de joelhos chorava no meio do sangue, como se estivesse se desculpando com alguém pelo que fez.

Sentiu ânsia ao presenciar os pulmões sendo retirados da caixa torácica, ficando admirado pelo moreno ainda estar vivo.

O ouviu gritando centenas de vezes sem morrer. Via os órgãos se enchendo de ar e logo soltando, o deixando agoniado. Era uma cena horrível de se presenciar, mas estranhamente satisfatória.

Por algum motivo, jogaram água quente na ferida enorme, lhe trazendo o espetáculo da pessoa morrendo rapidamente por conta da dor.

Quando o viu cair no chão já sem vida, tomou coragem de olhar para quem fez toda aquela tortura. Arregalou os olhos ao encarar Obito cheio de sangue e com o olhar mais psicopata que já tinha visto.

Ele respirava pesado, parecendo querer mais daquele para estraçalhar.

O Uchiha finalmente percebeu que o olhava assustado, todo machucado. A expressão dele mudou instantaneamente, soltando a katana no chão e se aproximando com cuidado.

O soltou de todas aquelas cordas e o loiro olhou para os lados temeroso. Estava completamente dolorido pelas chicotadas, tanto que gritou de dor quando Tobi o abraçou sem nem fazer força.

Sentiu o corpo grande ficar tenso enquanto o envolvia nos braços e só ali viu os outros akas olhando abismados para o corpo morto no chão.

Porém claramente não foi isso que o deixou assustado e sim o olhar de Madara por perto. Se arrepiou e se encolheu no moreno, fechando os olhos com medo.

Sabia que seu namorado estava morrendo de ódio. Sentia isso. Por esse motivo tentou o acalmar acariciando suas costas. Ele foi relaxando aos pouquinhos.

Quando estava mais calmo, se soltou de Deidara e encarou o corpo pequeno todo machucado, sentindo a raiva tomar conta de si novamente.

- v-voces pegaram o Sasori, hm? - perguntou com a voz rouca pelo tanto que gritou de dor.

- meu pai pegou ele. - respondeu baixo, tirando o cabelo de seu rosto e colocando os fios atrás da orelha. - o que ele fez para você?

- q-quem, hm? - realmente estava morrendo de dor de garganta. Parecia que tinha engolido vidro.

false innocence - Tobidei | Obidei Onde histórias criam vida. Descubra agora