118°

13.2K 1K 175
                                    

Alexia

É preciso ser forte pra vê um amigo que vc considera como irmão passando por tudo aquilo que um dia vc já passou, que vc sabe que dói e que será difícil de esquecer os momento traumáticos vividos naquele momento.

Elena deu entrada na upa direto pra UTI, com lesões graves e cortes profundos que levaram a perda de muito sangue. Eu chorava, eu sentia tudo aquilo por ela; como se eu tivesse novamente passando por tudo aquilo, como se tudo tivesse se repetindo...

- Eu avisava tanto a ela, Alexia! Eu avisava! Eu posso ser a mãe que for, mas jamais iria querer o pior para minha filha, dei muitos conselhos assim como recebia dela tbm, mas a filha da puta é igualzinha a mim, não escutava ninguém! Por isso não sou ninguém pra tá falando não, mas uma mãe de verdade jamais quer que a filha siga seus mesmos caminhos, por que a gente sabe que na maioria das vezes as coisas não terminam bem, nunca terminam bem quando se mete nesse meio!! - Dona Elaine chora.

- Calma ... Ela vai se recuperar, vai ficar tudo bem! - Abraço ela.

- minha pretinha, minha menina! Tão linda, se minha filha morrer eu morro junto, Alexia!

- Não, ela não vai! Deus não vai deixar, ele não pode deixar isso acontecer...

- Como se eu estivesse sentindo que isso aconteceria, eu senti! Eu falei pra ela, eu mandei ela vigiar, pensar nas coisas que ela faz e o que ela queria pra vida dela! Desde o primeiro dia que ela me falou desse rapaz eu senti algo tão ruim, mas não quis falar! Elena é cabeça dura e só entende o que lhe convém, não aceita ouvir nada calada, acha que tudo é desaforo!

- Eu sei, ela tbm sabe. só é muito cabeça dura... - digo.

- O doutor... - Caio avisa e levantamos.

- Fizemos uma tomografia e achamos uma lesão grave na parênquima pulmonar, causada por um disparo de arma de fogo...

- Meu deus!!! - Dona Elaine fala.

- A paciente se encontra agora sobre observação no leito de unidade de terapia intensiva, realizamos a cirurgia da retirada da bala e por enquanto, a própria não apresentou qualquer tipo de reação. Estamos esperando que a mesma acorde para realizarmos outros exames, breve voltarei com mais informações. - Se afasta.

- Elena, Elena.... - Dona Elaine diz com a mão no rosto chorando.

Fiquei sem ter o que falar, de verdade; só quis chorar e chorei, todos ali estávamos esgotados e assim amanhcemos e demos início ao primeiro dia do ano.

- Caio... - Chamo ele que abre os olhos assustados, - Eu preciso ir pra casa, deixei o Breno com a Dona Laura até agora...

- Vai amiga, pode ir. Eu te falo qualquer coisa.. - fala e eu assinto o abraçando.

- Dona Elaine.. - falo com ela, Abraço a própria e me despeço até mais tarde.

Na rua ainda muito cheia, outros voltando do baile alguns na porta de casa com o som ligado.

- Querida, o que aconteceu? - Dona Laura pergunta.

Contei o motivo de não ter vindo ontem e como as coisas aconteceram, não contive as lágrimas só de em meio as minhas palavras ter prorejato novamente o estado em que encontramos Elena.

Idas e Vindas (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora