Idas e Vindas (M)

144°

Alexia Noronha
02:23A.m•|Segunda.

Ninguém conseguia me fazer dormir muito menos me acalmar, minha pressão já tinha subido não sei quantas vezes e eu recusei todas as tentativas de me fazerem ir para o hospital. Tentava ficar calma pela minha filha pois sei que esse estresse todo e essa preocupação faria mal a ela, mas não tinha como... Eu estava angustiada, com o sentimento de culpa por não ter prestado a devida atenção em meu filho, por ter sido descuidada e deixarem levar ele diante nossos próprios olhos.

— Chegaram, chegaram! — Dona Laura corre para abrir a porta assim como eu.

— Mãe! — Breno corre em minha direção e eu o abraço não querendo mais soltar, o encho de beijo e sinto ele me apertar deixando meu coração aquecido.

— Você tá bem, meu amor? Fizeram alguma coisa com vc? — Perguntei.

— Eu tô bem, mãe. — Respondeu.

— E cadê o Levi? — Perguntei limpando o rosto, vejo Breno negar.

— Ele disse que estaria vindo logo atrás.. — Respondeu.

— Sinho? — O chamo antes que o mesmo saísse. — Cadê o Levi? Por que ele ficou?

— Tá suave, logo logo ele tá aí.. — Respondeu saindo.

— Aí vó.. — Breno dizia para as duas que o apertava. — Eu estou bem, pai tá bem!

E esse "logo logo" pareceu séculos! Breno havia cochilado, minha madrinha tbm e assim como todos presente naquela sala.

— Já tentou ligar pra ele, Alexia? — Dona Laura me entrega a xícara de chá.
— Tome um pouco, é de cidreira..

— Eu Ja tentei mas só dá caixa, assim como o número do Oliver que foi com ele... — falo sentindo uma dor no pé da barriga, suspiro prendendo o choro. — Será que aconteceu alguma coisa, dona Laura? Pra eles não terem chegado até agora?

— Não, filha. Não aconteceu nada! — ela me abraça. — Por que vc não vai tomar um banho? Tirar essa roupa? — Propôs.

— Eu só quero ele aqui... — Falo vendo meu celular tocar, corro para atendê-lo.

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— Alô? — Falo.
— Alexia? Sou eu..
— Levi? Amor cadê você? Por que não chegou ainda, cara?
— Eu vou ser rápido, tu não vai voltar pra casa! Vai ficar aí onde cê tá com a minha mãe, vou mandar uns cara aí pra porta e tu não sai daí não, fica aí!
— Mas e você? — perguntei.
— Daqui a pouco eu vou ligar pra tu novamente, ou vou mandar um menor levar tu pra outra casa. — Desliga.

— O que ele disse? — Perguntou.

— Que não era pra eu sair daqui. — Respondi.

— Sabemos que ele tá bem.. — acaricia minha mão e se levanta. — Por que agora vc não vai tomar um banho? — Disse e eu concordei subindo.

Tomei um banho rápido e coloquei qualquer roupa, prendi o cabelo e desci pra ir arrumando metade das coisas pra que amanhã não tivesse tanto trabalho. Guardei os doces e os soldados que haviam sobrado na geladeira, dona Laura me ajudou a separar as coisas que amanhã mesmo tinha que entregar a menina que organizou tudo e já fui limpando a sujeira que estava no quintal.