Idas e Vindas (M)

131°

Alexia Noronha

Hoje completam uma semana desde que cheguei aqui. Ainda não me acostumei com tudo, com a nova rotina e acho que será difícil me acostumar.

— Alexia Noronha — A recepcionista chama meu nome.

Me levanto e envio a décima terceira mensagem pro Levi, o avisado que já Começaria a consulta. No caminho até a sala liguei pela quinta vez e nada, desligo o celular assim que entro na sala.

— Bom Alexia, vejamos um pequenino bem saudável; porém, não com o seu peso proporcional referente. Vc tem se alimentado? — Ela pergunta para mim.

— Bom... — Eu começo e ela riu entendendo a resposta.

— Não pode ein, mocinha! Tem que se alimentar, esse neném precisa crescer! Estamos quase completando a décima sexta semana.. — ela diz anotando alguma coisa no papel. — Vamos vê esse coraçãozinho...

Deito na maca assim que a mesma pede, levanto o vestido e vejo a própria passar um gel bem geladinho que me faz arrepiar ao se juntar com o ar gelado da sala.

— Nossa.... — Eu acabo me sorrindo ao ouvir os batimentos, eram bastante fortes...

— Por aqui está tudo ótimo, mamãe. — Ela diz sorrindo. — Mãe de primeira viajem? — ela me entrega um papel para que eu retirasse o gel da barriga.

— Não exatamente... — A respondo. — Tenho um sobrinho que é como um filho para mim. — digo a ela que sorriu.

— Muito bem... — olha para o computador. — As náuseas continuaram depois dos remédios  que foram passados?

— Não como antes, mas sinto um pouco ainda. — Respondo.

— Ok. Peço que se alimente, Alexia. A criança precisa de desenvolvimento, principalmente nesta fase da gestação. — Ela fala e eu concordo. — As imagens  você pode tá pegando na recepção..

— Sim, obrigado. — Me despeço até a próxima consulta.

Saio da clínica verificando as mensagens que havia mandado pra Levi vendo que ele ainda não havia visualizado uma sequer.

— Vai passar em algum lugar? — Cerqueira pergunta.

— Nas americanas. — Digo vendo ele assentir.

Compro alguns sutiãs novos já que os que tenho não me cabem mais, meus seios vêem crescendo tanto ultimamente que pareço uma vaca, sem falar em meus quadris que aumentaram de ontem para hoje.

— Tu vai levar isso tudo de chocolate, dona? — Nandinho pergunta.

— Não é só pra mim, tá?! — Eu digo sabendo que boa parte daquilo tudo era meu.

Chego em casa e sorrio quando vejo Dara correr picula com Breno e Lexiane, adentro na cozinha a procura de dona Laura e sinto um cheiro bom invadir minhas narinas.

— Hum... — Eu chego por trás a abraçando.

— Tô fazendo sua moqueca de camarão, não vou deixar meu neto ou netinha na vontade! — Ela diz e eu beijo sua bochecha. — Então? Como foi lá?

— Bom, o neném está muito bem. — Oculto o sermão da doutora.

Não que eu não venha me alimentando, mas sim que só como daquilo que sinto vontade de comer e quando tenho fome.

— Graças a Deus! — Diz sorrindo.

— Quem trouxe a Dara e Lexiane? — pergunto.

— Um colega do Levi, acho que... Romeu! — disse.