Idas e Vindas (M)

132°

Alexia Noronha

Saio do banheiro pela vigésima vez só aquela tarde, olho pela janela e o clima havia fechado anunciando a chuva que cairia mais tarde. . .

- Quero saber de caralho não, meno! Resolva tua parada, mandei o papo que não queria ninguém me ligando esse final de semana! Foda-se, irmão, resolve teu bagulho! - Ele falava no celular.

Quando me vê entrar no quarto se despede e joga o celular na mesinha com tamanha grosseiria, senta na cadeira e procura por algo no bolso.

- Algum problema, Levi?! - Pergunto a ele que nega.

- Vou ter que voltar amanhã.. - Ele fala.

- Mas vc chegou hoje, Levi... - eu digo a ele que levanta.

- Eu sei, cara! Mas aconteceu uma parada lá que só eu posso resolver pô... - ele toca meu rosto.

- Vai que horas? - pergunto o vendo me puxar pra sentar em seu colo.

- Cedo.. - Responde, suspiro. - Tô na correria pra que essa porra acabe logo, pra tudo voltar ao normal novamente se Deus quiser! - ele acaricia minha coxa.

- É o que mais quero.. - abraço ele.

Voltamos para dentro e voltamos a assitir nossa série, acabei pegando no sono e fui acordada por ele já chamando pra janta.

- Sempre que eu vier pra cá, vou trazer uma meta pra tu! - Ele fala tirando um bolinho do bolso; - tu comprar tuas coisas, o que tu quiser!

- Não precisa, eu tenho meu dinheiro no banco e..

- Tu tem dinheiro no banco?! - Ele me olha.

- Claro que eu tenho, Levi! - Olho pra ele com cara de óbvia. - a movimentação nos espaços estão boas, está entrando um dinheirinho bom! - falo a ele.

- Eu quero que tu crie uma outra conta pra eu colocar um dinheiro bom pra tu. - Ele fala, estranho.

- Que?! - Deixo o último prato lavado no escorredor e o encaro, - Que conversa é essa agora, Levi? - Cruzo os braços.

- Quero que tu tenha uma vida bacana, Alexia. - Ele tira um cigarro do bolso e levanta.

- De novo essa conversa?! - Eu olho pra ele que se encosta da porta que dava ao jardim.

- Quero que minha filha tenha do bom e do melhor, que não falte nada! - ele diz.

- O que não pode faltar é vc!- Eu digo a ele que fica calado, - Eu não vou ficar aqui ouvindo vc próprio se jogar praga, chamar o pior pra vc! - digo.

Subo pra o quarto e cubro o Breno que estava descoberto na cama, fiz de tudo pra ele descer pra jantar mas o menino não acordou por nada. Diminui o ar e entrei para o banheiro, colocando o chuveiro elétrico no morninho.

Quando sinto seus braços me envolverem por trás não movo um músculo; fecho os olhos quando sinto seus beijos serem depositado em meu ombro, subindo para o pescoço.

- Tá brava? - Ele pergunta.

- Não é questão de eu ficar brava, Levi. Mas sim que eu não quero mais, eu não gosto de ouvir vc falando essas coisas. - Eu me viro pra olha-lo, - Vc não sabe o quanto é difícil pra mim ver vc saindo por aquela porta, tento não pensar em coisas negativas mas isso se torna Impossível quando vc mesmo atrai negatividade para si. - falo.