Alexia Noronha é uma menina batalhadora que desde muito cedo aprendeu a correr atras dos seus objetivos, sua mãe nos três primeiros meses da sua vida a abandonou com o pai e seguiu mundo a fora sem se importar, desde aquele dia então seu pai aprende...
Beijei o rosto do homem da minha vida e o senti frio, ele não tinha aquele sorriso lindo muito menos os olhos nos quais eu cansava de elogiar abertos e que o próprio cansava de jogar em minha cara pelo fato de nossa filha ter nascido com os olhos totalmente iguais aos dele. Ele estava ali na minha frente deitado parecendo que estava dormindo, tão lindo... e eu não sai em nenhum momento do seu lado, até o pessoal da funerária avisar que a hora de enterrar ele havia chegado...
E doía... Doía tanto saber que eu o veria pela última vez, que quando chegasse em casa, ele não estaria e que não chegaria mais tarde em casa para arrancar gargalhadas da nossa filha, eu não estava conseguindo acreditar e totalmente arrasada...
— Romeu... — agarro em sua mão. — levanta.. — eu peço vendo minha mãe me puxar pra longe!
Eu não quero aceitar, eu não quero que a minha filha cresça sem sentir o amor que o pai tinha por ela, de saber o quanto ele era maluco e apaixonado por ela !
— Mãe! — eu falo chorando, ela me abraça e aquela dor me corroe por dentro quando vejo descerem o caixão com o meu amor dentro! — ô meu deus, meu deus!!! — eu tento me soltar. — Romeu cara!
— Tessia.. — minha mãe me conforta novamente com outro abraço.
Tínhamos nossas brigas, como todo casal, assim como nossos erros... Erramos um com outro e soubermos reconhecer todos eles, uma semana antes disso tudo combinamos uma viagem pra longe daqui, ele concordou, bastante animado! Ele queria sair daqui, disso tudo, queria um tempo comigo, com a filha a sós... Mas já era tarde ! Na verdade, perdemos tempo demais com coisas fúteis, deixamos o orgulho tomar conta e nem sempre ele é a melhor resposta, agora, vendo o amor da minha vida pela última vez, vejo que não valeu de nada mesmo..
Cheguei em casa e subi para o nosso quarto, no nosso guarda-roupa suas camisas e tudo que ele usava ainda ali intactos, não tive coragem de entrar aqui desde o ocorrido na penha... Olho para nossa cama e me vejo em várias lembranças, agarro a sua camisa recém usada e sinto seu cheiro forte ainda preguinado no tecido. Chorei e pedi a deus que me desse forças para continuar, para superar aquela dor que era de saber que ele não voltaria mais, que eu havia o perdido... As lágrimas rolavam com o intuito de que toda aquela dor fosse embora com elas, mas não passava, pelo contrário, só piora... E muito !
Na sala diversos portas-retratos com nossas fotos, da mai, de nós três e em família... Ele brigava, dizia que eu explanava demais com isso mas eram os nossos momentos, eu queria e me sentia no dever de registra-los e eu nunca estive tão certa!! Sentei no sofá com a foto do nosso noivado em mãos, eu estava linda naquele dia e a felicidade não cabia no peito, ele tbm ao meu lado estava sorridente e naquele dia ele me fez sentir a mulher mais amada do mundo, tanto que meses depois Deus nos presenteou com a nossa filha e aí mesmo que tudo ficou ainda mais maravilhoso.
Não julgo os planos de Deus, pois sei que ele sabe de todas as coisas. Ele quem dá, mas tbm tira. Eu continuo tendo fé nele, por que sei que dias melhores viram e que ele vai cuidar do Romeu o tanto quanto eu me esforcei para cuidar aqui na terra, a saudades vai apertar o peito e eu sei ele me dará forças para suportar e cuidar da nossa princesa, nossa Maitê...
