Idas e Vindas (M)

126°

Alexia Noronha

O bom de trabalhar para vc mesmo era que vc mesmo se dava folga; Como hoje, acordei completamente indisposta, não tive nem mesmo coragem de colocar os pés pra fora da cama, um sono fodido e disposição pra nada.

— Alexia, mano?! — Levi me balança, — Tu tá sentindo o que que tá em cima da cama?! Desde a hora que eu saí, voltei e tu ainda não levantou!

— Meu deus! Que horas são??! O Breno, a escola! — Eu levanto.

— Já levei o meno pra escola, cara! Me diz aí, o que tu tem? Tu nunca foi de ficar assim, tá sentindo algum coisa?! — Ele me encara preocupado.

— Eu não tô sentindo nada, so perdi a hora. — Digo indo para o banheiro.

Jogo uma água no corpo e respiro fundo sentindo um cansaço fora da realidade. Abro a pasta de dente e antes que colocasse o gel sobre a escova, sinto a bile subir e uma súbita vontade de vomitar faz meu estômago embrulhar.

Me agacho sobre o sanitário e coloco a cabeça pra cima tentando mandar aquela sensação pra longe, abro a boca colocando exatamente tudo que havia injerido ontem pra fora.

— O que é isso, meu Deus... — Eu falo em meio a tontura que me toma, fazendo minhas vistas ficaram imediatamente escuras.

Apoio as costas na parede fechando os olhos e respirando fundo, aos poucos vou me sentindo melhor mas ainda não levanto por tá um pouco ainda zonza.

— Alexia??! Que isso, tá fazendo o que aí sentada?! — ele adentra no banheiro, — Tu ta sentindo o que?! — Ele agarra meu rosto.

— Me ajuda a levantar aqui... — peço a ele que atende aí meu pedido.

— Tu tá sentindo o que?! — Ele torna a perguntar, — Tá brancona, cara! — Ele fala.

— Cala boca! — Eu me estresso.

— Me manda calar a boca não! — Ele rebate.

Entro no box do chuveiro com sua ajuda e tiro minha camisola, indo de encontro com o jato de água imediatamente, querendo que levasse aquele mal estar pra o ralo.

Fico um bom tempo ali debaixo ainda querendo entender o por que desse mal estar repentino, pensando em todas as possibilidades e me negando a aceitar a mais compatível com a situação.

— Tá melhor? — Ele pergunta.

— Sim.. — Respondo caminhando até o guarda roupas.

— O que tu tá sentindo? — Ele pergunta sério. — Vou mandar minha mãe vim aqui, tu vai no médico!

— Levi, eu já estou bem, tá bom?! Alguma coisa que eu comi que não caiu bem, é normal. — Digo a ele.

— Normal aonde?! Se não tivesse caído bem tu teria vomitado na mesma hora, acho melhor tu saber qual foi dessa parada!

— Para de perturbação, por favor! — Eu pedi vestindo apenas um sutiã e uma calcinha box, — E não usa seu perfume, tá?! — Peço me deitando.

— Tu não chamou tua madrinha pra vim pra cá hoje, Alexia?! Tu vai dormir?? — ele me lembra.

Suspiro sentando na cama e olho pra cara do Levi que observava meus seios na mais pura descaração.