Idas e Vindas (M)

11°

Alexia Noronha
Quarta-Feira
20 de Setembro

As coisas haviam normalizado novamente por aqui, digo para os comércios que tinham acatado a segunda ordem de que tudo ja podia funcionar normalmente. Mas as coisas n estavam tão boas assim, um vídeo aí circulando de facção rival falando que subiria aqui pra tomar o alemão deixou todos nós daqui amedrontados.. podia ser a qualquer hora e a qualquer momento. Eu e Leninha estávamos fechando mais cedo e faríamos isso até que tudo se normalizasse completamente.

Não havia contado nada a ela sobre o que rolou na segunda entre mim e o outro, e estava me sentindo uma falsa por isso.. mas sei a amiga que tenho, tocaria no mesmo assunto um milhão de vezes até n querer mais.. E isso no momento é o que eu menos quero. Só queria mesmo passar uma borracha.. impossível até mesmo para mim, que n teve uma noite sequer depois daquilo que me faça esquecer as sensações que ele me transmitiu.

- Alexia!! - Tomo um susto e olho pra ela de cara feia. - Tá aí toda longe, cara.. o que tá pegando hein? O que rolou que tu n me contou?? - Ela me fita toda desconfiada.

- Nada demais, Amiga.. só ando preocupada com o Benício em meio a isso tudo, sabe? - Eu n minto, apenas omito o outro fato mas n deixando de ser vdd o que acabo de dizer.

- Poxa amiga.. e Como tá tia Mila? - Ela pega um banquinho e se senta de frente para mim.

- Mal né cara.. - Digo negando com a cabeça. - Ela tenta n passar isso.. vc sabe como ela é tirada a cavalo do cão né? - ela concorda - Mas é isso.. - Suspiro.

Fechamos as quatro, além da pouca movimentação, eu e Leninha tínhamos marcado de passar lá na casa da Maria Eduarda pra da uma força.. a mina n tava bem mesmo e o pouco que eu pudesse ajudar, ajudaria.

- Oi meninas.. - Ela diz com um fraco sorriso.

As olheiras eram presentes abaixo dos olhos assim como eles se encontravam super vermelhos, a face estava abatida e os olhos carregavam uma tristeza profunda.

Não conhecia Madu de agora.. ela, eu, Leninha e Nathalia n perdíamos um só baile. Era o quarteto.. o tempo meio que afastou a gnt quando viramos adultas mesmo e a correria tomou grande parte das nossas vidas, mantemos nosso papo pelo whatsapp, Facebook e essas paradas mas n era mais a mesma coisa de sempre. Mas hoje eu tô aqui pra dar meu total apoio a ela, que ela saiba que sempre pode contar comigo quando precisar.

- Oi meu amor.. - Leninha fala indo a abraçar.

A mesma n aguentou e seus olhos se encheram de lágrimas, confesso que até os meus e os da Leninha tbm.

- E a gnt meio que tava pensando em mudar para uma casinha maior, até chegamos a vê uma juntos, ele tava tão empolgado...
- Ela se entrega ao choro.

- Madu.. eu sinto muito meu amor, eu sinto muito mesmo..
- Abraço ela e ela me aperta.
- Eu tô aqui pra o que vc precisar.. quando fiquei mal pelo meu pai, vc nem as meninas saíram do meu lado, agr eu tô aqui e espero retribuir.. - Ela sorri em meio as lágrimas.

- Gente.. - Olhamos para porta e lá avistamos Nathalia, ela entrou cumprimentando Leninha e veio abraçar a Madu. - Eu sinto muito... - As duas caem ali no choro e eu n aguentei e fui no meio tbm.

Passamos um tempinho ali tentando descontrai o peso que estava dentro daquela casa, Madu riu um pouco quando Nathalia relembrou nossos tempos.. caímos as quatro na risada e parecíamos ter voltado no tempo novamente. Tempo passou e logo estava de noite, saímos de lá com a sensação gratificante.. ajudar um dia quem já nos ajudou é coisa de outro mundo!

- Vc viu como a bicinha tava? E eles era um baita de um casalzão, geral falava.. ele tratava ela muito bem cara.. - Nathalia diz e eu e Leninha concordamos.

- Só queria apertar ela e não soltar mais.. - Leninha fala.

O trajeto até chegarmos perto de casa foi silencioso, cada uma de nós estava com o pensamento distante..

- Vai dormir na casa do Benício, Nath? - pergunto fazendo ela sair dos seus pensamentos, assim como Leninha.

- Esse eu n quero conta, Ale.. vou dormir na Tia Mila mesmo.
- Responde e eu n aprofundo o assunto.

Me despeço das duas e sigo até em casa, rua tava numa paz e só encontrava alguns fora de casa conversando.

- Boa noite, dona Lurdes! - Falo enquanto abrir meu portão.

- Boa noite, minha filha! - Respondeu e eu sorri antes de fechar o portão e entrar.

Árabe (Levi)
22:34pm

Fiquei de passar na boca para pegar o dinheiro que havia traficado na outra semana, n me surpreendo quando o mlk coloca uma sacola cheia de dinheiro na mesa... na outra semana havíamos lucrado por conta do baile e pelo pagode que rolou no dia seguinte.

Subo na moto e levo o dinheiro até a boca central onde o Nandão ficava, entrego a grana e fico de passar aqui novamente para receber meu pagamento.. tava ficando puto por ja tá dias atrasado. Chego em casa e por um milagre encontrei minha mãe lá, a mesma tinha o som ligado num pagodinho enquanto andava de um lado para o outro limpando a casa.

- N limpa essa casa mesmo, né garoto?! - Ela fala quando percebe minha presença, apenas sorrio pra ela e subo p tomar um banho.

Quando desço encontro ela na cozinha, agarro ela por trás e dou um beijão na minha coroa.. tava morrendo de saudade!

- Aí Levi! - Ela se entrega rindo
- Que que tu quer hein? - me olha com um sorriso parecido com o meu.

- Nada minha rainha.. vc q vai me dizer, que que tu quer?? Tu que manda, patroa! - Digo e isso faz com que ela caia no riso.

- Aí tem, ai tem..! - Ela ri. - bora jantar, fiz moqueca de camarão.. sei que tu ama! - diz.

- Tu fez mesmo? Porra.. a cotas que eu tava querendo comer.. - me aproximo da panela vendo aquela moqueca bonitona.
- Amo tu, sabia? - Encho ela de beijos.

- É o que menino! Tu me solta, hein?! - Ela riu e eu acabo rindo tbm junto a ela.

Comemos na sala jogando conversando fora, ela mais fofocando que tudo..! Era amiga que descobriu que era chifruda depois de anos de casada, filha de amiga que tava sentando pra traficante e o caralho a quatro...
Curti o momento com a minha mãe ali na tranquilidade.

(...)

To amando vcs comentando q estão gostando!!
Bjs e ate o próximo! ❤