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Alexia Noronha
8:54A.M/ Sexta-Feira

Literalmente tava a própria titia do rolê!!! Povo lá tudo se acabando nas rodadas e mais rodadas que mandavam vim de tequila, eu plena na minha água ou então energético... Bem de canto mesmo!Não consigo disfarçar quando fico magoada com algo, não sei colocar um sorriso e fingir que não aconteceu.
Desliguei o celular e sustentei alí mesmo querendo deitar na minha cama, levantava vezes ou outra pra dançar mas logo batia o tal do desânimo e eu murchava real..

— Tô fazendo amoooor, com o favela todaaa!!! — Só vi caio de jogando em cima da mesa; — Mas meu coração, vai ser sempre teeeu!!!

— O que minha xota faz, tua pica perdoa! — Cantei rindo ao vê ele levantar o microfone imaginário para mim.

— Vai, Alexiaaa! — Leninha chega com os saltos nas mãos. — Foi tanta ostentaçãooo que me enlouqueceuuu!

— Te chamo de amor.. te chamo de paixão.. mas bota no ouro, com roupa de marca dentro de um carrãooo — cantei rindo.

No caminho pra casa dentro do Uber caio perturbando o cara real pra colocar essa música, uma confusão e um em cima do outro! Carro bem pequeninho, único que quis fechar cinquenta pq choramoox!

— Já nem sei quem botou, quem será que eu dei??? Só sei que eu tô rica, vida milionária que sempre sonheeii! — Leninha puxa o coro.

— Chupa o bico do meu peito e mete com vontadeee! — Caio grita com a cabeça pra fora da jenale. — Tô loukaaaa!

Chegando no p.u e o bofe deixou a gnt bem pra baixo, bemmm amendrotado e fomos o resto do caminho andando eu sendo a única sóbria do meio. Cansada, sentei no batente e o restante se juntou comigo todos cansados.

— É... Agora vai ser so eu e minha Mai! — Tessia dizia ao acender um o cigarro. — Não quero mais nada com o Romeu!

— Ô amiga.. — acaricio seu braço.

Só vi caio dando umas cutucadas na gente e levantando devargazinho apontando pra esquina, nela vinha um Palio preto bem devargazinho tbm de faróis apagados e vidros escuros.

Corre ou fica?? Corremos pq o ditado era certo: quem eperava pra vê, via demais kkkk! Nunca corri tanto na minha vida e senti desespero quando o carro avançou junto atrás, só paramos quando eu ouvi meu nome ser gritado e gargalhadas serem ouvidas.

— Tu é malucona mesmo ne, garota? — Sinho dizia aos risos. — coe... — riu.

— Ain bofe, quase tenho caganeira.. sacôoo! — Caio diz sentando no chão mesmo. — que nada, vou ficar sem dar meu cu por um bom tempo de tanto que ele tá trancado aqui ein!!

— Pô sinho, sacanagem! — Falo colocando a mão no peito.

— Sua farra acabou, Bela! Bora se resolver com sua fera que o bagulho tá tenso lá, cara quer matar todo mundo! — Ele diz meio embolado, bêbado...

— Caio, vai comigo? — Perguntei.

— Ain mona, vou não ein.. — ele nega com a cabeça. — tenho cu sim e medo tbm! — fala.

— Então eu já vou, tá? Se cuida vcs! — falo pra Tessia, Elena e caio que concordam e eu entro no carro.

Sinho já deixou na porta de casa e eu Suspirei forte pra entrar, só vi dona Laura de início sentada no sofá e quando me viu sacudiu a cabeça em indignação.

Idas e Vindas (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora