120°

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Árabe

Tinha maior tempão que eu não sentia essa parada aqui que eu tô sentindo agora, esse calor no peito e essa calmaria toda... Essa paz.

Mandada da outra tinha metido um papo que não saia da cabeça, ela plantou a semente e achou que eu não levei a sério, não escutei... tá enganada. Trocaria qualquer coisa pra ter isso aqui: essa tranquilidade, longe de qualquer outro aperto de mente que não seja dessa mulher reclamando por eu nunca levantar a tampa do vaso pra mijar!

Mas as paradas não funcionam assim, entrar é fácil, difícil é sair. Não ia dormir em paz, ia ficar escaldado com qualquer parada! De um jeito ou de outro, não viveríamos em paz; ia ser uma trocação fodida de lugar para lugar, uma perturbação!!

De longe, observo a cena dela brincando com o garoto na piscina; Tudo palmeado, nada passando batido lá fora, montei um esquema de ousado mesmo só pra ter esse luxo de estar aqui.

Comprei essa parada pensando nela e na minha mãe, na segurança das duas pra ser mais exato. Não sei o dia de amanhã, se for de ir embora que eu pelo menos possa desponibilizar uma vida bacana pra as duas, um lazer em meio ao caos que é viver ao meu lado.

- Tá pensativo... - Ela fala sentando em meu colo - O que foi, ein?

- Nada, só pensando no prazer que tu vai me dar mais tarde de comer esse... - ela tampa minha boca.

- Parou, Levi! - Ela riu sem graça.

- Iiih, mulher! Tô te falando, hoje tu não escapa não! - meti serinho.

- Vou nada, cara! - Ela respondeu rindo.

- Vai mãe, tira uma foto minha aqui! - o mlk pediu.

- menor é modelo, investe.. - Abusei ele.

- E ela pode investir tranquila, fi! Sou bonitão, as mina gosta.. - ele fala da piscina, dou risada.

- Que meninas, Breno? - Ela cruza os braços.

- Aah, mãe! A senhora não sabe de nada... - Ele fala pra ela.

- Que isso, Breno??! - Dou risada da cara dela.

Mandei um menó trazer um almoço pra gente, amassamos na maior tranquilidade, tudo correndo bem. Veio a sobremesa e eu já dispensei, preparei ali meu copão misturando a água de cocô com whisky, de leve que eu ainda pegaria estrada.

- Manera na dose aí que não quero tu doidona não, se liga ein! - Falo pra a Alexia.

- até parece... - Ela debocha.

- Até parece o que, Alexia? Tu aguenta nada não, filhona. Uma dose aí e tu já quer subir pelas paredes, fica malucona! - perturbo ela.

- Que ódio, para de mentir! - Ela riu.

- Coé, teu aniversário é quando? - Perguntei.

- Ah, eu não gosto de comemorar... - respondeu.

- Quando? - Pergunto, ela suspira.

- 26 de fevereiro. - diz.

- Tu nunca fez nada, mané! Tava comigo nesse dia e não disse nada, Alexia! - Olho pra ela.

Idas e Vindas (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora