65

420 32 1
                                    

- Sim. Com esse treco como você mesma disse, com esses pontos na testa. Acordando de manhã toda descabelada ou mesmo completamente bêbada e toda suada. – Lauren sorriu e Camila completou- Pra mim, continua linda!

- Acho que nem a minha mãe acharia isso!

- Hahhahahah. – as duas riram sem se afastarem e aos poucos o sorriso foi morrendo no rosto das duas e Lauren falou quebrando o clima.

- É... Vamos né? Tá tarde.

- Ok, vamos. – as duas se levantaram e foram caminhando pela praia até chegarem no ponto de táxi.

* Foram pra casa da loira, comeram e mais tarde estavam as duas deitadas no quarto da televisão vendo um filme que passava no DVD, mas no meio do filme Camila já tinha cochilado.

Eu estava frágil, era essa pelo menos pra mim a única explicação plausível pra eu estar assim com ela, ela cuidou de mim e por isso eu estou agradecida assim, isso, apenas isso. Mas por que então eu não consigo parar a minha boca que está indo de encontro a dela?? Sorte que ela acordou antes de eu fazer qualquer coisa e eu tentando disfarçar me levantei.

- Ué o filme acabou? – Camila perguntou olhando pra televisão que estava desligada.

- Ah é, pois é, acabou. – Lauren respondeu completamente avoada, tinha desligado a televisão no meio do filme quando viu que a morena dormia.

- Nossa, eu apaguei né. O filme era bom?

- Uhum.

- O que você está fazendo em pé? – Camila perguntou meio confusa.

- Ah é que... Cansei de ficar aí, esse sofá é desconfortável.

- Pow, achei ele super fofo, acho que até dormia nele. Hahhaha.

- Não acho. Vamos pro quarto? –
ela riu antes de responder e depois que eu percebi que a minha frase saiu meio esquisita mesmo, mas fingi que nem percebi e saí na frente dela na direção do meu quarto- Quer tomar banho? – perguntei assim que entramos.

- Quero.

- Se quiser alguma roupa pode pegar ali, sabe onde está né?

- Não precisa. – ela falou tirando uma roupa da bolsa.

- Ué você trouxe roupa?

- Você achou mesmo que eu ía deixar você dormir sozinha? – Laur sorriu de canto- Bom, vou lá tomar banho.

- Tá. – respondi e fiquei olhando um pouco o computador enquanto ela estava no banho.

Mas não tinha nada interessante, logo desliguei e voltei a deitar na cama. Fechei os olhos e fiquei lá viajando, automaticamente me veio a cabeça a cena de mais cedo a gente lá vendo o pôr-do-sol e depois eu quase a beijando agora a pouco, como o quarto estava um silêncio só, dava pra ouvir o barulho do chuveiro e comecei a imaginar a água batendo no corpo dela e comecei a imaginar o corpo dela. Dei uma suspirada forte me virando de barriga pra cima.

- Pára Lauren, isso tem que parar!

Não consegui ficar mais na cama e comecei a andar de um lado pro outro no quarto, nervosa, não conseguia tirar aquelas imagens da minha cabeça, me peguei duas vezes com a mão na maçaneta pra abrir e entrar naquele banheiro, mas não abri recuava, na terceira vez que eu estava decidida a entrar vi a porta se abrir e dei de cara com ela.

- O que você está fazendo aqui? – me perguntou secando os cabelos com a tolha na mão.

- Ah eu, eu.. – falei apontando pra dentro do banheiro mas não consegui terminar a frase até porque eu não fazia a mínima idéia do que falar. Vi ela levantar as sobrancelhas me incentivando a falar, então falei a primeira besteira que me veio a cabeça.

- Eu.. é, tinha que pegar uma coisa aí no banheiro, minha escova.. é isso!

- Ahm. – ela falou meio sem entender e passou por mim na direção do quarto enquanto eu entrava no banheiro. Quando nos cruzamos pude sentir o cheiro de sabonete que ela emanava por causa do banho, e aquilo me deu mais vontade ainda de tocá-la.

- Droga! – falei ao constatar isso, mas pensei que havia falado baixo, mas não porque ela voltou no banheiro toda preocupada achando que tinha acontecido alguma coisa.

- O que houve, você tá bem? – perguntou da porta do banheiro.

Eu não me contive mais, a puxei pelo braço a beijando com raiva e vontade, encostei o corpo dela na parede e pressionei o meu sobre o dela. Podia perceber no beijo que ela estava toda cheia de cuidados comigo, aquilo me irritou e a puxei pelos cabelos pra ela entender como eu queria. Funcionou porque no segundo seguinte senti minhas costas serem “JOGADAS” na parede oposta e os lábios dela tomarem os meus em seguida.

- Machucou? – ela perguntou após ver que tinha me empurrado.

Puxei ela pela cintura colando nossos corpos e nossos lábios de novo, o beijo era rápido e já estávamos ofegantes quando começamos a ouvir um barulho de telefone no quarto. Eu ignorei e continuei com o beijo mas o barulho era insistente e agora tinha alguém batendo na porta também. Saco!! Ela se separou um pouco de mim, mas continuávamos abraçadas.

- Laur, é melhor atender.

- Ah não!

Mas as batidas continuavam e escutei alguém chamando pelo meu nome.

- Senhorita Lauren!

Sacooo!! Me separei dela e fui atender a porta, completamente mal humorada.

- Que é? – perguntei ao abrir a porta e vi a Maria com uma cara de dar pena, por causa do meu tom de voz.

- Desculpe senhorita, sua mãe no telefone.

- Ah tá, obrigada. Vou atender. – falei e fechei a porta. Me sentei na cama pra atender e minha mãe falou, falou... Minha orelha estava inchada já, a Camila já tinha até deitado, deve ter cansado de esperar, também o tanto que esse telefonema demorou.

- Ai tá mãe, tchau. – falei terminando por fim aquele telefonema, o batendocom força na base dele. Deitei bufando, ela conseguia me tirar do sério!

- Por que você se irrita tanto com a sua mãe? – ela perguntou deitada de lado, virada pra mim.

- Não quero falar sobre isso agora!

- Tá bom.

Ela continuava me olhando sem falar nada e sem desviar o olhar, não agüentei e perguntei.

- Que foi?

- Nada. – continuou me olhando e depois bocejou.

- Tá com sono né? – ela não respondeu apenas sorriu.

- Vamos dormir então.. – levantei, apaguei a luz e voltei a me deitar.

- Boa noite. – a senti me abraçando por trás e sussurrando no meu ouvido, depois me deu um beijo no pescoço e voltou a se deitar.

- Boa noite. – foi só o que consegui responder. Continuei de lado de costas pra ela enquanto ela estava deitada de barriga pra cima, com o braço em cima dos olhos.

•Cᴀᴍʀᴇɴ √ •R̶єntαl G̶írlF̶ríєnd• 1ᵗ Onde histórias criam vida. Descubra agora