Capítulo 1

902 64 231
                                    

Capítulo 1

— Senhor. – Dario abriu a porta do carro para o senador. – Para onde?

— Hospital. – entrou no automóvel em seguida.

— Sim, senhor. – fechou a porta.

Christopher deixou a cabeça pender para trás e fechou os olhos enquanto sentia o carro começar a mover-se. Toda vez que entrava ali tinha as mesmas lembranças.

— Senhor Uckermann? – a enfermeira de olhos escuros aproximou-se da recepção.
— Eu! – Christopher deixou de caminhar em círculos e foi até ela. – Tem alguma novidade?
— Ela é minha filha! – Fernando disse alto, atraindo a atenção da mulher. – Dulce é minha filha! Ninguém me diz nada nesse lugar!
— Senhor, a doutora Morgado está fazendo o possível para salvar a sua filha e o bebê, mas...
— Bebê? – Christopher perguntou, os olhos piscando diversas vezes. – O que você disse?
— Que nós estamos...
— Salve a minha filha. – Fernando interrompeu a mulher. – Não pense duas vezes, não cogite outra coisa. Salve a minha filha.
— Dulce está grávida! – Christopher mirou o sogro, ainda perplexo. – Fernando, ela está dizendo que...
— Eu sei! – fechou a expressão. – É seu. Ela me disse.
— O que? – naquele momento mal conseguiu responder ao sogro.
— Mas antes de qualquer coisa, eu salvo a minha menina! – Fernando voltou a mirar a enfermeira. – Diga à doutora Morgado que Dulce é a prioridade dela.

Os pensamentos sobre Dulce o maltratavam, não conseguir falar com ela o enlouquecia. Pouco a pouco, dia a dia; perdia o próprio rumo.

Não havia sentido sem Dulce ao seu lado.

— Hey! Hey, você! – Fernando levantou-se com pressa ao ver o enfermeiro passar correndo pela recepção. – Você! Volte aqui!
— Hey! – Christopher seguiu o sogro. – Hey!
— Sim, senhor? – o jovem pausou os passos e foi até o homem.
— Preciso de notícias da minha filha! – pediu, os olhos marejados e vermelhos. – Já faz tempo que Dulce está...
— Espinosa? – interrompeu-o, e o senhor assentiu. – Estão fazendo tudo o que podem. A hemorragia está intensa e nosso banco de sangue está escasso. O tiroteio ontem em Tepito nos fez...
— Eu posso doar! – Anahí levantou-se ao falar. – Ela precisa de sangue? Eu posso doar para ela!
— Chega! – Fernando a olhou com raiva. – Você já fez demais! Não te quero mais metida na vida da minha filha!
— Fernando! – Christopher mirou o sogro.
— Não se discute! – o senhor esbravejou. – Eu não a quero nem mais aqui!
— Temos notícias? – Santiago entrou na recepção, acompanhado de Lucía, Gal e Ailin.
— Por favor. – Anahí suplicou. – Me deixe fazer isso.
— Senhorita. – o enfermeiro mirou a loira. – O tipo de sanguíneo da paciente não permite que...
— Ela é minha irmã. – Anahí encarou o funcionário, ignorando as perguntas que rapidamente surgiram ao redor. – Ela é minha irmã gêmea. Sou doadora compatível. Por favor, me deixe doar.

Uma semana já havia se passado desde o resgate de Dante e a complicação que se dera na base militar do exército mexicano. Uma semana.

Ele deveria estar com Dulce. Deveriam estar juntos, curtindo a gravidez da morena, celebrando uma nova vida, fazendo planos para o futuro.

Futuro.

Não havia mais futuro.

— Ani? – Christopher franziu o cenho ao ver a loira voltar com o enfermeiro.
— O que houve? – Santiago a olhou com dúvida. – Já doou? – a loira não respondeu, apenas sentou-se na cadeira, encarando o chão.
— O pai dela doará. – o enfermeiro avisou-os. – Gestantes não podem doar sangue.
— Gestantes? – Christopher mirou a loira, vendo-a derramar a lágrima em silêncio.
— Dulce e eu temos o mesmo tipo sanguíneo. – Santiago mirou o homem. – Posso ajudar?
— Venha comigo. – assentiu de imediato e o espanhol o acompanhou.
— Ani... – Christopher mirou a loira. – Ani, você está grávida? – ela fechou os olhos.
— É do Noah? – Ailin perguntou, e a resposta veio ao notar o choro da loira aumentar. – Puta que pariu. – encostou a cabeça na parede.
— Vamos encontrá-lo. – Lucía colocou uma das mãos sobre a perna da ruiva. – Nós vamos... hm... – mirou o primo. – Vamos encontrá-lo.
— É... – ele encarou a prima de volta, então colocou a mão sobre as costas da assessora, fazendo um leve carinho. – Sim... nós vamos, sim.
— Senhorita Schäfer? – o médico entrou na sala e a ruiva deu um sobressalto da cadeira para olhá-lo. – Temos notícias do seu irmão.

Jogada ParalelaOnde histórias criam vida. Descubra agora