— Hey! – ela apoiou-se no balcão e chamou pelo barman. – Oi! – o rapaz a olhou e acenou para que ela esperasse. – Tá bom... – arfou e permaneceu observando o homem, vendo como ele atendia a todos ali.
Esperou por um minuto, por dois, por três... era claro que ele já a esquecera por completo.
— Oie! Colega! – ela acenou novamente. – Aqui! Por favor! – girou os olhos e resmungou para si mesma. – Maite, você me coloca em cada uma! – respirou fundo e mirou novamente o barman. – Oi! Aqui, por favor!
— Amigo! – o homem parou ao lado da morena, levantando a voz, atraindo a atenção da dela e do barman. – Duas tequilas para a senhorita, por favor!
Dulce abriu a boca e sentiu como a garganta secava imediatamente, agarrou-se ao balcão para não cair de vez, seu coração havia acelerado.
O perfume, a camiseta azul, os cabelos ondulados e bagunçados, o sorriso lateral, os olhos pequenos e a máscara... aquela máscara.
Christopher estava ali, parado ao seu lado, tão absurdamente bonito que seu corpo pareceu colapsar com seu coração. Era mais do que simplesmente voltar a vê-lo, era vê-lo daquele jeito, com aquela camiseta, naquela situação, pedindo uma bebida para ela. Tudo igual. Tudo de novo.
— Algo mais, senhorita? – um sorriso leve, suave, quase inocente. Ela sabia bem que nada ali era por acaso.
Dulce passou nervosamente a ponta da língua pelo lábio inferior, estava tão tensa que as palavras pareciam não destravar de sua garganta. Então negou, apenas negou com a cabeça, sem conseguir desviar os olhos dos dele.
— Posso me apresentar? – estendeu a mão para a morena.
Ela desviou os olhos até a mão dele e segurou o sorriso que teimava a surgir no canto de seus lábios, apenas lembrar-se da pele de Christopher já lhe ativava todos os gatilhos.
Colocou a mão sobre a dele, sentiu as peles se roçarem e o arrepio percorreu todo seu corpo, fazendo os pelos do braço se arrepiarem; ela agradeceu internamente pelo vestido de manga comprida.
Christopher acercou-se a ela, aproximou a boca do ouvido da morena, deixando o ar quente da respiração misturar-se na pele dela.
Dulce fechou involuntariamente os olhos, embriagando-se no perfume dele, naquela fragrância que a enlouquecera no primeiro jantar juntos, no alto do prédio do comitê de campanha, quando recém descobriam o caminho que estavam destinados a traçar juntos.
— Sou Alexander. – disse, e viu os pelos da nuca dela subirem imediatamente. – Mas para você, apenas Alex.
Deslizou levemente o polegar pelo dorso da mão dela enquanto dava um passo para trás e a viu abrir os olhos lentamente. Parou a mirada contra os olhos castanho-claros da ex-namorada. Encararam-se.
— As tequilas. – o barman aproximou-se novamente, colocando os dois copos e rapidamente completando-os com a bebida. – Limão?
— Não. – Christopher sorriu e negou com a cabeça. – Não precisa, amigo. Obrigado.
O barman voltou a afastar-se, deixando os dois ali, sozinhos, parados e encarando um ao outro. Christopher empurrou um dos copos para ela e pegou o outro para si.
— Brindamos? – ele propôs, e ela pegou o copo próximo a si. – Aos primeiros encontros?
Um sorriso dela. Fácil, sincero, bobo, apaixonado.
Um sorriso. Bandeira branca.
Um único sorriso e Christopher soube que traçava o caminho correto.
Bateram de leve os copos e beberam a tequila em seguida, chacoalhando levemente a cabeça ao final da bebida.
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...