Capítulo 42, parte II

562 62 288
                                    

— Hey! – ela apoiou-se no balcão e chamou pelo barman. – Oi! – o rapaz a olhou e acenou para que ela esperasse. – Tá bom... – arfou e permaneceu observando o homem, vendo como ele atendia a todos ali.

Esperou por um minuto, por dois, por três... era claro que ele já a esquecera por completo.

— Oie! Colega! – ela acenou novamente. – Aqui! Por favor! – girou os olhos e resmungou para si mesma. – Maite, você me coloca em cada uma! – respirou fundo e mirou novamente o barman. – Oi! Aqui, por favor!

— Amigo! – o homem parou ao lado da morena, levantando a voz, atraindo a atenção da dela e do barman. – Duas tequilas para a senhorita, por favor!

Dulce abriu a boca e sentiu como a garganta secava imediatamente, agarrou-se ao balcão para não cair de vez, seu coração havia acelerado.

O perfume, a camiseta azul, os cabelos ondulados e bagunçados, o sorriso lateral, os olhos pequenos e a máscara... aquela máscara.

Christopher estava ali, parado ao seu lado, tão absurdamente bonito que seu corpo pareceu colapsar com seu coração. Era mais do que simplesmente voltar a vê-lo, era vê-lo daquele jeito, com aquela camiseta, naquela situação, pedindo uma bebida para ela. Tudo igual. Tudo de novo.

— Algo mais, senhorita? – um sorriso leve, suave, quase inocente. Ela sabia bem que nada ali era por acaso.

Dulce passou nervosamente a ponta da língua pelo lábio inferior, estava tão tensa que as palavras pareciam não destravar de sua garganta. Então negou, apenas negou com a cabeça, sem conseguir desviar os olhos dos dele.

— Posso me apresentar? – estendeu a mão para a morena.

Ela desviou os olhos até a mão dele e segurou o sorriso que teimava a surgir no canto de seus lábios, apenas lembrar-se da pele de Christopher já lhe ativava todos os gatilhos.

Colocou a mão sobre a dele, sentiu as peles se roçarem e o arrepio percorreu todo seu corpo, fazendo os pelos do braço se arrepiarem; ela agradeceu internamente pelo vestido de manga comprida.

Christopher acercou-se a ela, aproximou a boca do ouvido da morena, deixando o ar quente da respiração misturar-se na pele dela.

Dulce fechou involuntariamente os olhos, embriagando-se no perfume dele, naquela fragrância que a enlouquecera no primeiro jantar juntos, no alto do prédio do comitê de campanha, quando recém descobriam o caminho que estavam destinados a traçar juntos.

— Sou Alexander. – disse, e viu os pelos da nuca dela subirem imediatamente. – Mas para você, apenas Alex.

Deslizou levemente o polegar pelo dorso da mão dela enquanto dava um passo para trás e a viu abrir os olhos lentamente. Parou a mirada contra os olhos castanho-claros da ex-namorada. Encararam-se.

— As tequilas. – o barman aproximou-se novamente, colocando os dois copos e rapidamente completando-os com a bebida. – Limão?

— Não. – Christopher sorriu e negou com a cabeça. – Não precisa, amigo. Obrigado.

O barman voltou a afastar-se, deixando os dois ali, sozinhos, parados e encarando um ao outro. Christopher empurrou um dos copos para ela e pegou o outro para si.

— Brindamos? – ele propôs, e ela pegou o copo próximo a si. – Aos primeiros encontros?

Um sorriso dela. Fácil, sincero, bobo, apaixonado.

Um sorriso. Bandeira branca.

Um único sorriso e Christopher soube que traçava o caminho correto.

Bateram de leve os copos e beberam a tequila em seguida, chacoalhando levemente a cabeça ao final da bebida.

Jogada ParalelaOnde histórias criam vida. Descubra agora