Capítulo 23
Dulce ouvia o toque do celular ao longe, mas estava tão confortavelmente deitada nos braços do homem, que recusava-se a abrir os olhos.
O toque, entretanto, seguia cada vez mais forte, lembrando-a o tempo todo que ignorá-lo seria algo impossível.
— Merda. – resmungou e remexeu-se na cama, girando o corpo até alcançar o aparelho em cima da mesa de cabeceira. – Alô? – franziu o cenho. – Oi, Li. Não, ainda estamos dormindo, acho que ainda é cedo e... – disse baixo. – Claro, fique tranquila. Eu falo para ele. Nós estaremos preparados para isso. – deu um leve sorriso. – Sim, me desculpe por não atender de uma forma melhor. Obrigada por isso. Até mais, Li. Um beijo. – desligou o aparelho e fechou os olhos novamente.
— Dul? – ele sussurrou. – Tá tudo bem?
— Uhum. – virou-se novamente para o alemão e sorriu ao vê-lo de olhos fechados. – Era a Li.
— E está tudo bem? – ele voltou a perguntar e ela riu.
— Está tudo bem. – fez um leve carinho na cabeça dele, que só então abriu os olhos. – Seus pais vão ligar mais tarde, ela acabou de chegar do jantar com eles e quis nos preparar.
— Hm. – reparou na expressão de sono da loira. – Bom dia, preguiçosa.
— Bom dia, preguiçoso. – brincou. – Dormimos do jeito que chegamos.
— Me desculpe. – sussurrou. – Eu capotei.
— Estávamos cansados. – sentou-se na cama. – São sete horas de diferença, Dan. O dia lá acabou de terminar e aqui já estamos na manhã seguinte. É normal que o corpo estranhe.
— Isso também. – virou-se e encarou o teto.
— Também? – girou o rosto para ele.
— Acho que parte de mim quis fugir. – exalou pesadamente. – Ontem foi... intenso demais.
— Eu posso imaginar. – disse baixo. – Foi intenso para mim, deve ter sido muito mais para você.
— É... – sentou-se na cama. – Mas o tempo não para, né? – pegou os papéis espalhados pela cama. – Portanto, seguimos!
— Hey... – colocou as mãos sobre as dele e o encarou. – Às vezes, nem que seja por alguns minutos, o tempo pode parar. Se precisar pausá-lo, eu estou aqui.
— Eu sei disso. – manteve os olhos presos aos dela.
— Sempre aqui. – sorriu e ele fez o mesmo.
— Te quiero, vida. – beijou-lhe a bochecha e então levantou-se da cama. – Vou para o meu quarto, preciso de um banho. Nos vemos logo?
— Em uma hora? – propôs, sorrindo lateral.
— Sim, mas não durma de novo! – ele riu, conhecia bem a loira. – Ok?
— Ok, prometo! – juntou os papéis sobre a cama.
— Até já! – piscou e deixou o quarto.
— Até já... – acenou de leve.
Espreguiçou-se e pegou novamente o celular, passou pelas redes sociais, vendo algumas postagens de Christopher sobre o governo; ele nada falara sobre sua vida pessoal.
Talvez seja melhor nem saber, ela concluiu, imaginá-lo com Ariel havia sido suficientemente perturbador.
Deslizou o dedo pela tela e parou na mensagem não lida. Franziu o cenho.
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...