— Tia... – Marisol colocou a mão sobre o ouvido da morena e sussurrou. – Pede para o seu príncipe trazer a minha mamãe de volta também, ele pode usar o ingrediente mágico. Eu sinto falta dela. – beijou-lhe o rosto. – Te amo, tia Kika!
Dulce sentiu o peito apertar, o coração parecia ter diminuído e se tornado incapaz, diante das necessidades e da tristeza que a menina tinha; o vazio de Marisol era imenso e doloroso.
Os olhos marejaram e ela quis dizer tudo o que sentia pela garotinha, mas a mirada intensa de Dante a distraiu. Levou o rosto para o alemão que, com o sorriso murcho e triste, negou com a cabeça, pedindo que ela não fizesse o que realmente queria.
Dulce sentiu a garganta oscilar, o nó pareceu quase grande demais para ser contido. Ela não podia demonstrar afeto daquela forma por nenhuma criança, ela precisava ser imparcial e cumprir seu dever. Não era sobre ser Dulce, era sobre ser a doutora Kika, ainda que Marisol tivesse um significado especial para ela.
Então beijou carinhosamente o rosto da pequena, lhe sorriu e levantou-se da mesa.
— Vou pedir todos os dias ao papai do céu que você seja uma princesa muito feliz! – Dulce disse, e a pequenina pareceu satisfeita com tal resposta. – Vamos, doutor Peluchin?
— Tio! O ursinho Peluche! – Marisol mostrou o pequeno urso.
— Ora, obrigado, princesa! – colocou o urso em seus ombros e então franziu o cenho. – O que você está dizendo? – colocou o urso perto de seu ouvido. – Hm... sei, sei. – assentiu rapidamente. – Está bem! É você quem manda! – então mirou a menina. – Ele está perguntando se pode ficar mais um pouquinho na sua casa, mocinha. O que você acha?
— Sim! Claro! – sorriu abertamente e ele lhe deu o urso outra vez. – Eu vou cuidar direitinho dele! – colocou os óculos escuros sobre o urso. – Ele vai ficar lindo!
— Divirta-se muito, hein? – Dulce sorriu para ela. – Essa é a sua principal tarefa!
— Pode deixar! – Marisol sorriu, mas logo deixou de fazê-lo. – Tia, e quando eu sentir saudade?
— Hey... – Dulce apontou os óculos. – Lembra-se? – piscou. – É só um pouquinho.
— Uhum. – assentiu, ainda insegura. – Só um pouquinho.
Dulce pegou a mochila e os demais brinquedos, deu um leve aceno para Emelina e Alfonso, e beijou a bochecha de Marisol uma última vezes, antes de finalmente deixar o quarto.
Dante a acompanhou, e assim que fecharam a porta, ele encarou a ex.
— Dul...
— Obrigada. – respirou profundamente e mirou-o. – Por não deixar que eu me envolvesse mais. Eu estava... estava me perdendo ali.
— Eu notei. – tocou-lhe o ombro. – Imagino que não seja nada fácil, agora que você sabe quem ela é.
— Me preparei para hoje, mas... – negou com a cabeça. – Não deu. Foi muito mais forte do que eu pensava.
— Ela é muito valente. – sincero. – E você também.
— Ela me disse que sente falta da mãe. – secou o canto dos olhos. – Não é fácil ouvir uma coisa dessas, Dan. É revoltante não poder fazer nada.
— Você está fazendo. – abraçou-a de lado. – Cada música, cada jogo que fizemos hoje, cada vez que ela sorriu... você fez muito por ela. Pode não ser perfeito, mas não é em vão.
— Dul? – Alfonso abriu a porta do quarto. – Hey!
— Oi! – ela rapidamente virou-se para ele. – Ela está bem?
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...