Jogada Paralela

Capítulo 19

Capítulo 19

O fim de semana fora intenso para Dulce. A morena passara o sábado todo com o pai, e saiu cedo no domingo para comprar tudo o que precisaria para a viagem na semana seguinte.

No almoço, Anahí passou no apartamento da morena para comer com ela e Fernando, e Dulce aproveitou para avisar que faria uma visita para a loira na segunda-feira após o evento da Televisa. Buscando ficar mais próxima dela, Anahí disse que assistira ao mesmo evento.

Assim, quando a segunda-feira chegou, Dulce despertou no primeiro toque do despertador. Tomou o café da manhã com o pai e Remedios, e logo seguiu para o trabalho.

Para que não se atrasasse para o evento, ela saiu da editora e foi direto para a casa de Santiago. O espanhol deixou a chave embaixo do tapete para que a morena entrasse, e ela passou longos minutos brincando com Simba antes de finalmente tomar banho.

Lavou o cabelo e depois, enquanto ainda mantinha a toalha na cabeça, começou a maquiagem. Preparou a pele com o primer e a base, depois marcou o rosto com o iluminador e passou pouco blush.

Optou pela sombra no tom da pele, abusou da máscara nos cílios, passou o lápis na marca d'água e por fim, coloriu os lábios com o batom vinho.

Terminava de contornar a boca quando o cachorro levantou-se e saiu correndo do quarto enquanto latia; era sinal claro de que o dono havia chegado.

― Fala, Simba! – Santiago brincou com ele. – Que bom humor todo é esse? Por acaso tem uma invasora nesse apartamento?

― Ha-ha! – Dulce gritou do quarto. – Você é a própria piada, Iglesias!

― O cheiro do seu perfume está aqui na sala! – deixou a mochila no sofá e foi para o quarto atrás da morena. – Nossa, que gostosa! Que horas você chegou para dar tempo de ficar tão bonita assim?

― Saí mais cedo, encrenca. – soltou o batom e gesticulou para que ele se aproximasse.

― Está muito bonita! – beijou o rosto dela. – E cheirosa! Nossa!

― Caso tenha mudado de ideia, temos tempo até a noite. – piscou com um olho só.

― Como era mesmo o nome daquele seu namorado? – fingiu pensar e ela girou os olhos, pegando novamente o batom. – Pois então não tente me seduzir.

― Porque vai que eu consigo, né? – olhou-o através do espelho.

― Não vou te responder! – saiu do quarto. – Fique de olho nela, Simba! Eu vou tomar banho.

― Deixe a porta aberta! – ela brincou.

― Vá à merda, María! – fingiu seriedade e a escutou gargalhar.

Deixavam o clima leve entre eles, mas a verdade era que a morena levava dias usando recorrendo apenas ao vibrador em casa, e seu corpo começava a chamar qualquer nome que pudesse lhe dar prazer; esperar por Christopher seria inútil e esquecer-se dele seria impossível.

Santiago voltou ao quarto quando ela já terminava de secar o cabelo, e Dulce não escondeu o sorriso ao vê-lo com a calça social preta, a camisa de manga longa da mesma cor e a gravata discreta. Os olhos azuis ganhavam especial destaque no look tão escuro.

― Saia da minha frente ou tire a roupa! – ela abriu a boca ao olhá-lo. – Você só tem essas opções.

― Nem uma e muito menos a outra. – aproximou-se e estendeu-lhe a mão. – Nós temos que trabalhar.

― Você de barba feita é um pecado! – levantou-se. – De preto é um perigo! – aproximou-se dele. – Na minha frente é um problema!

― Diga que você quer transar comigo. – encostou o rosto ao dela. – E prometo não te deixar dormir essa noite. – viu a fechar os olhos. – Mas enquanto apenas quiser alguém para te fazer esquecer quem não sai da sua cabeça, a minha resposta é não.