— Me desculpe por ter demorado tanto. – o sussurro dela saiu aos poucos. – Me perdoa.
— Você me manteve vivo. – apertou suavemente os dedos entre os fios de cabelo dela e fechou os olhos. – Não me peça perdão por nada.
— Como... – deitou confortavelmente a cabeça no peito dele. – Como você conseguiu isso?
— Pensar que havia perdido você foi como perder o sentido. Me lembro de não reagir, eu apenas... – o olhar perdeu-se ao lembrar-se. – Eu apenas fiquei em silêncio e te tranquei comigo dentro de mim. Me alimentei diariamente das nossas lembranças. – sentiu a mão dela subir até o seu rosto. – Eu não tinha mais nenhuma razão para me preocupar. Noah nunca deixaria a nossa família aqui, eles ficariam bem. – girou o rosto para ela. – Eu queria te encontrar. Mesmo que não fosse nessa vida.
Encostaram os rostos, fecharam os olhos, as respirações se misturaram enquanto os dedos dela seguiam acariciando a bochecha dele.
— Ich liebe dich. – disseram em uníssono, e o sorriso formou-se em ambos os lábios.
Ela tomou a iniciativa de beijar demoradamente seu rosto, permanecendo de tal forma durante longos segundos. Seus dedos seguiam deslizando carinhosamente pela bochecha dele, como se assim pudesse fazer tantas declarações em silêncio.
— Nunca... – ela manteve os rostos próximos ao falar. – Nunca te senti morto. E insisti por muito tempo nisso, mas... com o tempo acabei me convencendo. Me convenci e me rendi de uma forma que o Noah nunca fez.
— Você fez tudo o que poderia ter feito. – secou o rosto dela. – E eu sei disso.
— Dan... – sussurrou e ele assentiu. – Você realmente conheceu o soldado?
— Soldado? – franziu levemente o cenho.
— Um soldado que tinha as iniciais JL, ele era baixo e... – o ruivo assentiu. – Já sabe de quem estou falando?
— Ele estava perto quando eu soube que você estava viva. – fechou os olhos para lembrar-se com precisão. – Começou com uma reportagem, falava muita coisa que eu não me lembro, mas te vi. Depois de tanto tempo, eu te vi. Estava diferente, mas estava ali. Estava viva.
— O tempo sem você me fez mudar. – suspirou. – Viver de lembranças não era uma opção.
— Loirinha... você fica bem de qualquer forma. – sorriu de leve. – Te reconheceria entre um milhão de pessoas. E o faria sem dificuldade.
— Dan... – mirou-o, esperando que ele abrisse os olhos. – O que mudou ali?
— Não foi ali. Foi muito antes. – abriu os olhos para ela. – Nunca mais reagi depois que disseram ter matado você. Eu não tinha mais função ali, mas eles não se livravam de mim. E certo dia, eu os ouvi falar sobre... você se lembra do que conversávamos? Sobre as organizações criminais fora do México?
— Odeio dizer que sim. – fechou a expressão.
— Eles comentavam que o líder de uma importante organização havia caído e que agora tudo passaria para a filha dele. – disse enquanto ela girava os olhos. – Mas a filha havia se casado com outra peça importante do tráfico. E tudo indicava que marido e mulher não concordavam com uma só abordagem. O poder estava em perigo ali.
— E o que isso tem a ver contigo? – perguntou quase como uma reclamação.
— Eu ouvi, mas não reagi. E por não reagir, pude ouvir mais e mais... e mais. – ela rapidamente o entendera. – Pensei que se eu não reagisse nunca mais, talvez pensassem que eu já nem mais os entendia.
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...