Capítulo 64, parte II

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— Não! – ela correu até a televisão, como se assim o homem pudesse ouvi-la. – Não! Pai! Pai, pai! – virou-se para ele. – Solte o meu pai!

— Eu disse que te daria escolha. – calmo. – Só depende de você.

— Solte o meu pai! – caminhou furiosa até ele, os olhos transbordando em lágrimas. – Solte o meu pai!

— Precisamos conversar. – tranquilo. – E pode ser que...

— Mandei soltar o meu pai! – pegou o canivete na mesa e o abriu. – Solte o meu pai agora!

— Hey! – soltou a arma e segurou a morena pelos punhos.

— Solte o meu pai! – encarou-o enquanto se debatia. – Seu assassino! Solte o meu pai! Solte o meu pai! Solte o meu...

— Quieta! – empurrou-a contra a parede. – E pare de dificultar a sua vida!

— Solte o meu pai! – gritou, e o canivete terminou por cair de suas mãos. – Me larga!

— Se você ficar quietinha, nós podemos conversar sobre isso. – pressionou o corpo dela contra a parede. – E te darei uma saída, mas se... – Dulce cuspiu em seu rosto.

— Solte o meu pai! – ordenou.

— Te aconselho a parar. – segurou os punhos dela com apenas uma das mãos e levou a outra até o rosto da morena, apertando-o. – Escute a minha proposta e então tome a sua decisão.

— Vou te matar, seu filho da puta! – disse entredentes.

— Dulce, recomponha-se. – sério. – Posso te soltar ou vamos fazer isso do modo difícil? E te aviso que o modo difícil é muito pior do que o Dante já chegou a te contar. – encarou-a. – Que eu precise de você viva não significa que precise de você sã. – reparou que a respiração dela começava a acalmar-se. – Muito bem. É uma boa decisão. – soltou o rosto dela. – Agora seja uma boa menina e pare de quebrar as minhas bebidas pela sala. – manteve-se encarando-a por longos segundos. – Deus do céu... você é extremamente bonita!

A morena girou bruscamente os punhos e soltou-se dele, não disfarçando a expressão de desgosto ao mirá-lo de volta.

— Nem pense nisso. – ele antecipou-se, vendo-a desviar o olho para o canivete e a arma jogados no chão. – Há câmeras por todo o espaço e você deve saber que eu não estou sozinho.

— Então me dará o direito de não estar sozinha também. – arqueou as sobrancelhas. – Ora, sejamos justos, não?

— Hm... está bem. – deu um passo para trás. – Escolha o seu brinquedo.

Dulce não tirou os olhos dele, deslizou um dos pés até a arma e a puxou para perto, depois abaixou-se com cuidado e a pegou.

— Certo. Agora que você já se sente segura... – ele encostou-se à mesa. – Vamos conversar sobre a minha proposta.

— Solte o meu pai! – apontou a arma para ele. – Conversaremos depois, primeiro solte o meu pai!

— Aí vai ficar difícil... – foi até a janela. – Porque, veja bem, o anãozinho faz parte das minhas condições. – mirou-a. – E agora?

O disparo na garrafa de whisky foi a resposta da morena, que fez a ambos assustarem-se na sala. Ela, por ter conseguido atirar. Ele, por notar a coragem que ela tivera.

A porta da sala abriu-se imediatamente, cinco homens entraram, segurando armas muito maiores do que a pequena pistola que a morena segurava.

Anthony apenas levantou uma das mãos, em sinal de calma, e os rapazes pararam no mesmo instante.

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