Capítulo 5, parte III

448 47 67
                                    

— E o que você achou? – diferente de Dulce, Anahí tinha o rosto levantando firmemente para o homem.

— Que a tal Anna Irina não era só uma colega de faculdade, mas filha de um importante traficante russo, e que conheceu intimamente a Blanca. – encarou a loira. – E depois a deixou internada em uma clínica psiquiátrica. – Dulce levou as mãos ao rosto, mas não interrompeu o alemão. – Nos últimos tempos, dei um rosto, um sobrenome e uma história para essa Anna. E agora... tenho a filha dela na minha frente.

Anahí abaixou o rosto e sentiu como o ar se tornava escasso para ela, pensar que a mãe pudesse ter machucado o próprio genro e prejudicado a própria filha; tudo aquilo parecia absurdo. Cuidara de Anna por anos, julgava ter salvado a vida da mãe tantas vezes; aquilo não podia ser real. Dante tinha que estar errado.

— O que eu não disse a Dulce, mas concluí, é que a sua mãe foi a responsável por tirar a Blanca de casa e colocá-la na clínica. – o homem voltou a falar, mirando a loira. – A Anna Irina, estudante, russa, filha do Vladimir, e dona da carta tão apaixonada que encontramos... é a sua mãe. – viu a lágrima escorrer pelo rosto da assessora. – Certo?

— Certo. – assumiu e viu o choro da morena aumentar. – Dulce, não. – levantou-se e foi até ela. – Eu não sabia que...

— Eu não tenho culpa! – Dulce encolheu os ombros para que a loira não a tocasse. – Não tinha que me usar!

— Não, eu não te usei! Juro que não! – deu um passo à frente, mas a morena negou. – Eu prometo que não. Confie em mim.

— Não confio. – os olhos embaçavam-se pelas lágrimas. – Não acredito que foi por acaso que você mandou o Christopher para a boate, que ele me viu, que ele...

— Eu não fiz nada! – cortou-a. – Eu não fiz nada! Eu estava com tudo planejado para a Maite, e você sabe disso, eu nunca... nunca fiz nada usando você. Nem ele fez. – encarou-a. – E até pouco tempo atrás eu não sabia nada sobre a sua mãe. – a morena negou. – Dulce, por favor, eu juro que não.

— Eu não acredito em você. – sussurrou sem deixar de olhá-la. – Eu não acredito em mais nada.

— Por favor... – tentou tocá-la, mas a morena sentou-se para trás. – Dulce.

— Você sabia. – olhou-a com desgosto. – Ou soube que a sua mãe havia sequestrado a minha e não fez nada. Você não fez nada!

— Não foi assim. – sussurrou. – Juro que não.

— Quem garante que você não fará a mesma coisa comigo? Eu não sei do que você é capaz de fazer! – assustada. – Comigo! Com a minha família! Com...

— Jamais machucaria você! Jamais! Nunca! – disse, vendo a morena deslizar cada vez mais para o lado do alemão. – Dulce, confie em mim. Te peço, por favor, me dê uma chance.

— Para você me torturar? Como a sua mãe fez com ele? – perguntou e viu a mulher negar seguidas vezes. – Para me jogar numa clínica? Para...

— Não! – disse alto. – Não! Nunca faria isso! – soou desesperada. – E se eu pudesse encontrar a minha mãe, tenho certeza de que ela teria uma explicação para isso! Porque eu sei que se ela fez algo com a Blanca, foi para te proteger!

— Sua mãe não me conhece! – Dulce, por fim, encontrou os braços do ex-noivo.

— Quer protegê-la do que? – Dante abraçou a morena. – Do seu pai? Do seu avô?

— Ela não te faria nada. – Anahí nem mesmo tentou segurar as lágrimas. – Nunca. Anthony sim, mas ela...

— Ela internou a minha mãe! – Dulce a olhou com raiva. – A minha mãe!

Jogada ParalelaOnde histórias criam vida. Descubra agora