Capítulo 11, parte IV

495 53 51
                                    

― Foco. – Dulce pediu. – Como teve a certeza de que a sua mãe não estava mais na clínica?

― Porque eu entrei na clínica. – olhou-a.

― Como? – surpreendeu-se com tal resposta.

― Estou com uma paciente lá dentro. – afastou-se. – Mas não se preocupe, a identidade é nova, e ninguém da "família" dela está ligada a mim.

― Melhor eu nem perguntar como você fez isso. – Dulce negou com a cabeça e encostou-se novamente no sofá.

― O ponto é: nossa mãe não está lá. – contou. – E a outra Anna também não.

― Outra Anna? – Christopher a olhou.

― Noah e eu descobrimos que existem duas Annas. – a loira seguiu. – A nossa mãe e uma outra Anna que, segundo ele, provavelmente a Dulce conhece.

― Segundo ele, quem? – Dulce coçou a cabeça. – Noah? Ele nunca se meteu nos meus assuntos!

― Teoricamente, não, mas aparentemente Dante deixou muitas informações soltas em Munique. – Anahí contou e a irmã levou as mãos ao rosto.

― Merda! – esbravejou.

― A mãe que você conhece, não é a sua mãe. Mas como você já sabe, ela conhece a nossa mãe. E não é de agora.

― Nomes, Anahí. – Christopher pediu. – Fica difícil entender de outra forma.

― Prefiro fotos. – a loira foi até a bolsa e pegou o celular. – Talvez assim vocês compreendam melhor.

― Fotos? – Dulce arregalou os olhos. – Como que... como?

― Veja essa. – deu o aparelho para ela.

― É a minha mãe. – disse em tom óbvio, vendo o rosto já tão conhecido por ela.

― Posso ver? – Christopher aproximou-se e a morena mostrou o celular para ele.

― Essa não é a sua mãe. Ela é a Anna Blanca. – contou. – Possui filhos e família, mas nós não somos parte dela.

― Oi? – Christopher a encarou, completamente perdido.

― Olhe essa. – mostrou a foto onde ela estava no colo de Anna, ainda na infância.

―  Essa mulher. – Dulce piscou seguidas vezes ao encarar a loira com os olhos castanhos extremamente claros e de formato amendoado. – Eu...

Essa é a nossa mãe. – suspirou. – E essa no colo dela, sou eu.

― Eu já a vi. – Dulce ampliou a foto na tela. – Me lembro de vê-la.

― Agora? – Anahí a olhou com esperança. – No hospital ou...

― Não, não agora. Na infância. – encarava a foto. – Tenho flashs dela na minha vida. Não sei explicar como.

― Esperem um pouco, isso não faz sentido algum! – Christopher as olhou. – Como existem duas pessoas com o mesmo nome?

― Fernando já disse que conheceu a minha mãe durante a época da faculdade, e ela já me disse o apelido dele. – Anahí contou, e o homem apenas conseguia espantar-se mais a cada segundo. – Dulce achou uma carta de amor da minha mãe para o Fernando.

― O que? – ele mirou a morena.  – Agora?

― Não, há muitos anos. – Dulce exalou ao responder. – Estava procurando alguns documentos para dar entrada na nacionalidade alemã e... enfim, acabei achando essa carta no meio das coisas do meu pai. – deu de ombros. – Cheguei a perguntar para ele, mas ele foi evasivo, a carta sumiu, Dante sumiu... – estalou a língua. – Nunca mais tocamos no assunto da tal Anna.

Jogada ParalelaOnde histórias criam vida. Descubra agora