Capítulo 42

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Capítulo 42

Dulce admitia que entender Anna era um sacrifício enorme, tentar montar o quebra-cabeça dado pela mãe era quase impossível, mas havia algo que a morena considerava muito mais desgastante: dar conta da própria rotina.

Terça-feira: reunião cedo, almoço com Dante, reunião externa, reunião online, jantar com Fernando e Maite.

Quarta-feira: entrega de revisão, reunião com David, ver opções de apartamentos com Maite durante o horário de almoço, reunião com a nova escritora, e logo, início da nova revisão. Ao final: tequila e cerveja com a melhor amiga.

Quinta-feira: um dia insuportável. Ou pelo menos fora assim que ela o definira.

Acordara atrasada, já que a noite anterior havia derrubado não apenas a morena, mas também Maite. Saíram completamente atrasadas para a editora, com o banho tomado às pressas e a maquiagem incompleta, sendo preenchida cada vez que paravam em um semáforo.

Chegaram quando a reunião já havia sido iniciada, entraram em silêncio na sala, mas não puderam esconder-se da mirada séria e irritada do chefe.

A reunião estendera-se até o final da manhã, ambas seguiram para a mesa de trabalho, e perderam-se tanto tempo ali, que quando perceberam, haviam ultrapassado o tempo de almoço.

Terminaram comendo um improvisado lanche na copa do local, para que assim tivessem tempo suficiente de escovar os dentes e entrar em mais uma longa reunião. Aquele dia não poderia terminar mais atrapalhado.

Deixaram o trabalho às seis da tarde, enfrentaram um longo e exaustivo trânsito para chegar no apartamento; Dulce apenas desejava que a quinta-feira chegasse ao fim.

Cumprimentou o pai e Remedios, depois seguiu para o quarto e jogou-se na cama, fechando os olhos enquanto tirava os tênis.

— Que dia infernal! – Dulce resmungou. – Achei que não fosse acabar nunca mais!

— Eu agora posso atestar que o inferno é aqui! – Maite apoiou-se na penteadeira enquanto tirava as sandálias. – Com o David, trancada em uma sala de reunião!

— Falando sobre livro de adolescente! – Dulce complementou. – Não consegui nem ter uma ressaca por ontem, porque tudo simplesmente desapareceu no meio desse inferno.

— Nem me fale! – Maite a olhou. – Você vai primeiro ou vou eu?

— Ir aonde, mulher? – abriu os olhos. – Me deixe descansar, por favor!

— Ué... tomar banho! – apontou o banheiro. – A festa é às dez!

— Festa? – franziu o cenho. – Que festa, pelo amor de Deus?

— Dulce... como que...? – bufou. – O baile de máscaras!

— Ah! – então sentou-se na cama. – Eu... me esqueci. Me esqueci mesmo, Mai! Você ainda quer ir?

— Se eu quero? Claro que quero! – olhou-a com espanto. – Dul, é importante pra mim!

— Eu sei. – suspirou. – Claro que eu sei, me desculpe. Se eu tivesse me lembrado, teria deixado para beber hoje contigo. – levantou-se. – Posso ir primeiro, então? Com o ânimo que eu estou, vou precisar do dobro de tempo para tomar banho.

— Claro, vai lá! – sorriu ao final. – Obrigada, viu? Por tudo, amiga!

— O que eu não faço por você, né? – piscou e foi para o banheiro. – Já volto!

— Tá bom! – esperou até ouvir a tranca da porta.

Maite abriu a bolsa e pegou o próprio celular, desbloqueou rapidamente o aparelho e enviou a mensagem.

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