Capítulo 26
Dulce havia perdido todo o dia de domingo dentro de um avião. Deixara Munique às cinco horas da tarde e chegara a Istambul às oito da noite.
Reclamou a falta de um voo direto para Rússia e o fato de que deveria permanecer em escala por quase uma hora. Dante a acalmou com a barra de chocolate, dizendo que tudo não passava de fome e cansaço.
Deixaram Istambul às nove horas da noite e chegaram à Moscou exatamente quando o relógio marcou meia noite.
Assim como Anahí havia solicitado, Thierry os esperava no aeroporto, e fora fácil para Dulce e Dante conseguirem localizar o homem: alto e forte, beirando os quarenta anos, com os cabelos preto e bastante curto, de terno caro e expressão fechada.
O segurança os levou diretamente para o hotel, e Dulce sentia-se tão cansada, que passou todo o tempo da curta viagem, dormindo no ombro de Dante.
Quando chegaram ao hotel, Thierry acompanhou a dupla até a recepção. Dulce encarou tudo ao redor e, pela primeira vez, realmente sentiu-se desprotegida.
Não compreendia o idioma, não conhecia ninguém e não fazia ideia de como movimentar-se pela cidade; pela primeira vez entendia o tamanho da loucura que havia feito.
— Estes são os acessos aos quartos. – Thierry virou-se para o casal. – Para o senhor e para a senhorita. – entregou os cartões para Dante. – Os quartos ficam um ao lado do outro e as vossas malas já estão lá.
— Obrigado, Thierry. – Dante o cumprimentou. – Podemos seguir sozinhos a partir daqui?
— Claro. – assentiu prontamente. – Eu estarei à disposição o tempo todo. Assim que quiserem sair do hotel, podem me ligar. Bom, ainda que não liguem, as ordens são para que eu não os deixe sozinhos.
— Anahí foi bem clara com essa parte. – Dante disse em seguida. – Obrigado por tudo, mas por enquanto, nós vamos apenas dormir.
— Claro. Boa noite. – assentiu.
— Boa noite. – Dulce falou pela primeira vez e deu um leve aceno.
— Boa noite. – Dante sorriu e abraçou a loira de lado. – Você está acabada, hein, baixinha?
Ela não respondeu, seguiu encostada no ombro dele enquanto caminhavam até o elevador do local. Quando entraram, ela recostou-se no peito do alemão e permaneceu em silêncio, observando tudo ao redor.
Chegaram ao bonito corredor, bem iluminado, com paredes de cor vinho e carpete claro. A música clássica soava por todo o hotel.
— Dul. – ele parou em frente ao quarto dela e lhe entregou o cartão. – Você está aqui, e eu estou ali do lado. – apontou a porta. – Ok?
— Uhum. – ainda olhava tudo ao redor.
— Descanse. – beijou a testa dela. – Não temos hora para acordar, durma o tempo que for preciso, ok? O dia hoje foi cansativo.
— Sim. – assentiu e ele afastou-se. – Boa noite, Dan.
— Boa noite, Dul. – piscou e esperou que ela entrasse no quarto.
A loira fechou a porta atrás de si e mais uma vez deparou-se com uma decoração bastante... peculiar e cheia da cor vinho.
O chão era claro, as paredes de um tom off White, a enorme cama de casal com lençol branco e almofadas vinho, na mesma cor da cabeceira.
As poltronas também acompanhavam o tom de cinza e vinho, até mesmo as flores no vaso seguiam tal cor.
Foi até o banheiro, deparou-se com o lugar também claro, a enorme bancada de mármore, um chuveiro espaçoso, uma enorme banheira e, claro, flores num tom de roxo, quase vinho.
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...