Capítulo 61
16 de setembro de 2018, 13h
Christopher ficara no quarto, quieto, encarando o teto do cômodo e pensando na intensa discussão que tivera com Dulce.
Era evidente que se davam bem na cama, que tinham uma química tão grande que eram capazes de incendiar qualquer ambiente ao redor. Mas não parava somente por aí, a química e o entendimento também eram levados para fora daquelas quatro paredes.
Eram capazes de se entender com apenas um olhar, sabiam ler o pensamento um do outro, concordavam com as ideias e planos que tinham; eram iguais em tantas qualidades. Infelizmente, também eram iguais em muitos defeitos.
O exagerado desejo de proteção que tinham, acabara por separá-los muito mais do que aproximá-los. Naquela tentativa exacerbada de proteger um ao outro do mundo, haviam terminado machucando-se entre si.
Por amá-lo, ela se afastara. Por querê-la tanto, ele a soltara. E agora estavam separados, confusos, sem saber que destino traçariam ao final daquele dia.
— Cari? – Lucía entrou no quarto, vendo-o deitado na cama. – Oi, meu amor! – sorriu animada e logo deitou-se ao lado dele. – Acabei de encontrar a Mary aí embaixo. – deitou-se lado e o mirou. – Eu falei com... – notou-o quieto. – Cari? O que foi?
— Nada. – olhou-a e sorriu. – Estou te ouvindo, cari. Como você está? Falou com o Poncho?
— Eu falei e está tudo bem. – apoiou o antebraço na cama e levantou o corpo. – O que houve com você?
— Nada, só... dispensei a Sama hoje e estou pensando que terei que fazer o almoço.
— Sério? – arqueou uma sobrancelha. – Encontrei a Mary com cara azeda lá embaixo, saindo sem o Dario e sem dizer nada com muito sentido. Aí eu subo, te vejo arrumado, olhando feito um panaca para o teto do quarto, no dia mais importante sua carreira, e você quer que eu acredite que a sua preocupação é o que você vai cozinhar para o almoço? – arqueou a segunda sobrancelha. – Eu não nasci ontem, Christopher Alexander!
— Mas eu preciso que acredite na minha desculpa esfarrapada. – deu a mão para ela. – Porque já discuti com a Dulce e não quero discutir com mais ninguém.
— Cari... – aproximou-se e deitou a cabeça no peito dele. – Ela me pediu que cuidasse de você, então... não importa qual tenha sido o motivo da briga, ela não está tão brava assim.
— Vou falar com ela mais tarde, ela irá ao Zócalo. – beijou a testa da prima e voltou a encarar o teto.
— Está nervoso? – perguntou baixo.
— Sim. – confessou. – Não por discursar, mas por pensar que posso não ter quem eu mais amo nesse momento. Meu pai costumava estar em todos, e agora sei que fará questão de não estar presente hoje. – desabafou. – E Dulce... eu nunca tive a chance de olhar para o lado e vê-la ali para mim. Confesso que parte de mim sente que hoje não será diferente.
— Talvez hoje seja diferente e, talvez, hoje seja a primeira vez que você olhará para o lado a verá ali. – beijou-lhe o rosto. – E se ela for boba o suficiente para não ignorar qualquer que seja o problema e ir atrás de você, saiba que eu estarei aqui. Te olhando, te admirando, torcendo por você e muito orgulhosa de cada passo seu! – sorriu com ele. – E assim que o Poncho recuperar a Mencía, saiba que eu irei atrás de você, e nós vamos beber e comemorar muito o seu sucesso! Prometo.
— Gracias, cari. – sorriu e lhe beijou a testa. – Te quiero.
— iYo te quiero mucho más! – abraçou-o.
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Jogada Paralela
RomansaEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...