Epílogo
Dentro de cada um de nós mora uma vida. Uma vida inteira, uma vida completa, de coração e alma únicos.
E essa vida, a nossa vida, é feita de caminhos, escolhas... feita de pessoas, momentos, dúvidas, certezas e incertezas.
Nosso caminho está cheio de desafios, cheio de alegria, cheio do que nos faz sorrir e também nos faz chorar... pela estrada da nossa vida, carregamos dores profundas, tantas vezes enterradas na parte mais escuras do nosso coração.
Há quem passe a vida inteira buscando uma maneira de mudar alguém, sem nunca conseguir chegar perto disso. Mas também há pessoas que, mesmo sem sequer pretender algo assim, simplesmente aparecem e mudam o mundo inteiro. Por completo.
Há quem viva a sorte apenas por ter nascido, por chegar no momento certo e, assim, parece caminhar por uma trilha de bençãos intermináveis. Tantas vezes isso sequer se entende, mas se sente e se vive.
Por outro lado, há quem se questione todos os dias sobre o porquê de estar aqui, há quem jamais pediu para nascer e desejariam, se possível fosse, jamais tê-lo feito.
Há quem parece ter nascido para sorrir... e outros que vieram para chorar.
Nosso mundo é feito de contrastes.
Há quem possua a certeza, inteira e imutável, de que são capazes de mudar o mundo, de que a vida tem um único caminho e nele se pode fazer tudo o que se deseja.
Mas há pessoas... há pessoas que, sem querer e sem pretender, são as mais poderosas do mundo. Não porque tenham muito dinheiro ou saibam de tudo, mas porque alcançaram tocar o maior tesouro do ser humano: o coração.
E isso é muito sério! Há quem desejaria ter amor, e pagaria qualquer quantia por isso, enquanto outros simplesmente o possuem de maneira tão gratuita que não percebem a raridade e o seu real valor.
Ouvindo assim, parece fácil escolher de que lado ficar, o que fazer, qual caminho percorrer, mas a verdade é que não importa o que desejamos, jamais seremos uma única coisa.
Somos um conjunto de emoções e escolhas, e não podemos decidir tudo. Nascemos, crescemos, e tentamos escolher o nosso caminho.
Vou mais longe: nós realmente acreditamos que sabemos o que estamos fazendo! Nós acreditamos que as nossas decisões são apenas nossas, que os nossos pensamentos são nossos, que nossas atitudes e nossas escolhas; tudo nos pertence.
Hunpf... que grande erro!
Nada nos pertence! Nada que é baseado em suposições pode ser definitivo.
Passamos toda a vida correndo atrás do controle de algo que simplesmente escorre involuntariamente pelas nossas mãos: o tempo.
E nós, por natureza, adoramos planejar: em parte, porque queremos ter o controle, e depois, porque queremos nos manter ocupados para não pensar no nosso final.
E assim, planejamos o trabalho, planejamos a família, planejamos o que queremos e o que não queremos.
Planejamos uma vida inteira, e então essa mesma vida chega e ri da sua cara! E como ri! Ela ri e faz o completo oposto do que você planejou!
Pensamos ter o controle de tudo, mas nos esquecemos, frequentemente, que não temos o controle de um importante fator: o nosso destino.
É... o destino. Cruel ou desejado destino.
Não importa se você acredita fielmente nele ou se duvida fortemente, o fato único é que as coisas jamais serão da exata maneira que você imagina.
Se você sonha com poder, com sucesso e dinheiro, você irá se equivocar.
Se pensa que o caminho está fechado, que tudo é difícil e jamais chegará lá, aviso que você irá se equivocar.
De um modo ou de outro, sua única garantia é que a vida vai te ensinar que os seus planos não se igualam aos dela. Quem dita o ritmo é ela, quem determina tudo é ela.
Nunca você. Nunca nós.
Mas se acha que esse é o final, que tudo acabou, que o jogo chegou ao fim e que os peões estão fora do tabuleiro... você também está equivocado.
Quando uma partida termina, um novo jogo (re)começa.
Quando um peão cai, o outro se levanta.
E se levanta com força e vontade, porque dói ter permanecido caído por tanto tempo, dói ter chorado e acreditado que estava perdido. Dói pensar que não era merecedor de toda a felicidade que existe.
Quando uma partida termina, outra começa com tudo.
Quando um peão cai, o outro se levanta. E vem cheio de sangue nos olhos.
Que comece a jogada final.
Christopher Uckermann
Senador
Setembro, 2018Tem SPOILER do prólogo do próximo livro disponível EXCLUSIVAMENTE no nosso grupo do Telegram!
Todos os links estão na bio!Espero vocês dia 05 de Março para a parte final desta jogada! Vem aí...
JOGADA POLÍTICA
Se tanto a queriam, ela estava ali. E permaneceria, não por gosto ou escolha, mas por uma necessidade inerente ao próprio caminho.Se precisavam que ela fosse boa, ela estava ali. Sem saber se aquela característica havia nascido com ela ou lhe fora atribuída tão cedo, que não procurara opção além de incluí-la em seu ser.
Mas se precisavam que ela fosse má, ela estava mais do que disposta. Jogar um jogo novo poderia causar espanto, num primeiro momento, mas após duas jogadas de perda, a terceira lhe daria a vitória desejada.
Sem espaço para ouvir a mais ninguém, sem disposição para perdoar ou entender, seus olhos agora tinham cor de sangue e enxergavam uma única palavra: vingança.
O preço seria alto. A exposição seria intensa. E parar não ocuparia posto algum em seu vocabulário.
Se tanto haviam desejado uma nova rainha, agora eles a tinham.
Doce, mundo doce àquele do tráfico e da política.
Doce, tão doce quanto o poder que agora ela imperava.
Doce, imensamente doce... como a garota que ficara para trás.
A jogada agora era dela.
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...