— Eu prometo que vou me cuidar! – colocou a mão sobre a dela e a do irmão. – Prometo que vou olhar com atenção cada detalhe, prometo ser inteligente. Prometo.
— Ele não irá sozinho. – Lucía interveio com leveza. – Mary, enviaremos detetives, armas, proteção.
— Irei num voo particular, chego lá às oito da manhã e passaremos o dia apenas estudando o nosso território. – Alfonso explicou. – A primeira opção de intervenção que teremos será às quatro da tarde. Teremos tempo.
— Ailin estará comigo monitorando tudo daqui. – Lucía concluiu.
— Nós estamos, de novo, nos dividindo? – Dulce os encarou. – Já fizemos isso antes e olha o que aconteceu! Gente, não é um bom plano!
— Fiquemos todos no Zócalo! – Christopher sugeriu. – Anahí estará por lá, segurança é o que não faltará!
— Alex! – Dulce o mirou.
— Se precisamos de um QG, que seja no lugar onde há mais pessoas e mais segurança, não acha? – mirou a noiva. – Amor...
— Por que eu sou a única que acha tudo isso um absurdo? – ela arfou.
— Papá? – Marisol desceu as escadas, carregando o urso embaixo do braço. – Papá, eu quero... – arregalou os olhos. – TIO PELUCHIN! – gritou. – TIA KIKA!
Dulce sentiu o coração parar subitamente, sabia que não tinha condições de ver a menina outra vez. Tudo dentro de si pareceu mudar ao reparar na pequena correndo animada com o urso de pelúcia. O vestido rosa florido balançava no ritmo dos passos apressados da garotinha, que logo atirou-se nos braços de Dante e lhe beijou carinhosamente a bochecha.
Os pensamento de Dulce davam voltas, seus sentidos não acompanhavam suas emoções, ela estava completamente desorientada.
— Tia Kika! – abraçou-a com carinho. – Você veio me ver!
A morena a ouvia, mas a voz de Marisol soava cada vez mais longe, como um eco em sua consciência, que a julgava e a fazia sentir-se mal. Extremamente mal.
— Eu estava com saudade, tia! – acomodou-se no colo dela e fechou os olhos.
Dulce abraçou-a de volta, apertou a pequena contra o próprio peito e não controlou a lágrima que escapara em seguida; havia tomado a decisão mais difícil.
— Perdão, Sol. – Dulce sussurrou, mantendo o rosto colado ao da menina. – Me perdoe, por favor. Me desculpe.
— Tia Kika? – franziu o cenho. – Tá tudo bem. – colocou a mãozinha pequena na bochecha da morena. – Eu cuido de você, tia.
Dulce sorriu entre lágrimas e beijou seguidas vezes os miúdos dedinhos que agora tinha em seu rosto, o que sentia sobre si mesma era indescritivelmente ruim.
— Me desculpe, Poncho! – Emelina entrou na sala, ainda um pouco apressada. – Ela me deu um baile!
— Não tem problema! – ele sorriu de lado. – Já estávamos terminando aqui.
— Sim. – Lucía forçou o sorriso. – Eu aviso a Ailin sobre o que combinamos. E amanhã, Poncho se comunicará apenas comigo e eu repassarei as informações a todos. Quanto menos ruídos tivermos, melhor.
— Você irá mesmo, querido? – Emelina aproximou-se, um pequeno sorriso surgindo esperançoso nos lábios.
— Se existe uma chance de encontrá-la, eu não posso perder. – Alfonso assentiu, sorrindo com a mulher. – Eu irei e, se Deus quiser, voltarei com ela.
— Tia Kika? – Marisol secou outra lágrima dela. – O que foi?
— Nada, pequena. – Dulce lhe beijou a testa. – A tia ama você, sabia? Muito.
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...