Capítulo 42, parte III

640 61 300
                                    

— María. – ela falou pela primeira vez. – Para você, sempre María.

Sem mais espera, sem mais provocação ou resistência, os lábios de Christopher finalmente alcançaram os seus, com saudade, na mistura entre o desejo, a pressa e a calma para que tudo com ela pudesse durar um pouco mais.

Dulce subiu os braços ao redor do pescoço dele, deslizando carinhosamente uma das mãos entre os fios ondulados do homem.; estava há tanto tempo desejando prová-lo de novo!
As línguas enrolaram-se com naturalidade, buscando uma à outra como um complemento perfeito de sentimentos, refletindo cada batida acelerada que ambos os corações agora ecoavam.

Separaram-se por breves segundos, recuperaram o ar, e ela tomou a iniciativa de retomar o contato, mordendo-lhe primeiro o lábio inferior, para então beijá-lo novamente.

Não encontrariam aquela conexão em nenhum outro lugar, com nenhuma outra pessoa, por mais que se esforçassem em procurar. Haviam criado algo juntos, mais intenso que o simples desejo, mais profundo que uma paixão, muito além do forte ato de amar.

Eram assim, feitos tão essencialmente um para o outro.

Eram química, harmonia e sincronia.

Eram fogo, desejo e sintonia.

Eram dois e, em essência, um só.

— Minha María. – os dedos perdiam-se entre os fios castanhos da garota.

Te quiero. – ela não abriu os olhos ou afastou-se dele, não queria mover-se mais. – Te extraño.

Te amo. – ele concluiu, beijando o canto da boca dela e sentindo como o rosto dela repuxava-se em um leve sorriso. – No quiero vivir sin ti. No puedo más.

Dulce abriu os olhos pela primeira vez, deparou-se com a mirada apaixonada dele, e então as lágrimas escaparam por dentro da máscara.

Deslizou as mãos desde o cabelo, passando pelo rosto e terminando nos largos ombros do homem. Aproximou as bocas e lhe beijou suavemente os lábios.

— Você me faz perder o juízo. – soltou um riso leve e ele a puxou para mais perto de si. – Não tem festa nenhuma do Christian, né?

— Nunca houve. – jogou levemente os ombros e ela apoiou o rosto no peito dele. – Ele nem voltou a falar comigo.

— Alex... – negou com a cabeça. – Eu não sei o que fazer contigo.

— Não pode simplesmente ficar comigo para o resto da vida? – apertou suavemente os fios castanhos dela entre seus dedos. – Ou quer continuar perdendo o seu tempo com quem não é pra você?

Dulce desencostou o rosto do peito do homem, olhou-o e franziu levemente o cenho, ela imaginava sobre quem ele falava, mas questionava-se se tinha coragem o suficiente para perguntar e ouvir a provável confirmação.

Não precisou fazê-lo. Ele disse.

— Plutarco é meu amigo de infância, o mesmo que não tinha um braço, brincava comigo e se mudou para a Espanha antes do fim da escola. – encarou-a, e pensou que gostaria de vê-la reagir sem a máscara a tal informação. – Se quer beijar outras bocas e viver experiências com outras pessoas, tudo bem. Você está solteira. – subiu as duas mãos ao pescoço dela. – Mas me dê a chance, por igual, de te mostrar o que somos capazes de criar juntos. – encostou os rostos e sorriu. – Eu não vou te convencer. O que estou pedindo é que se dê a chance de sentir tudo o que eu quero te dar, cada ação, cada gesto, cada contato. – os lábios tocaram suavemente o canto da boca dela. – Quero que me deixe te fazer sentir cada detalhe. E aí, se decidir que não quer, prometo não insistir mais. – fechou os olhos. – Se não sentir nada e entender que isso aqui não é pra você, eu te deixo ir de mim. Prometo. Pra sempre.

Jogada ParalelaOnde histórias criam vida. Descubra agora