Capítulo 25, parte III

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— O que quer saber da Dulce? – ela arqueou as sobrancelhas e ele piscou seguidas vezes. – O que? Não é sobre ela?

— Ah... – ele deu de ombros. – Era...

— Ai, rei... – Christian riu do amigo e negou com a cabeça.

— É mais fácil perguntar logo. – Maite deu de ombros e o encarou. – E então, o que foi?

— Tenho pensado... – começou a falar e a morena voltou a arquear as sobrancelhas. – Ela pergunta sobre mim? Tem curiosidade? Como eu estou perguntando dela agora, por exemplo?

— Christopher... – a morena suspirou e disse séria. – Ela não pergunta de você, porque para saber de você, basta ligar a televisão ou entrar na internet. O mundo já conta para ela tudo sobre você.

— Eu não falava disso. – ele suspirou. – Eu falava sobre...

— Sabe que ainda repostam as fotos do noivado de vocês, não é? – cortou-o. – E ainda fazem publicações usando a junção dos nomes de vocês dois e seguem torcendo para uma volta. E se não fosse o bastante, também fazem montagens de vocês em diversas situações. – disse séria e ele permaneceu quieto. – É um pouco difícil esquecer alguém quando se tem um país inteiro te lembrando da beleza que era a relação de vocês, não acha?

— Amor. – Christian pousou a mão sobre a perna dela.

— Não, ela está certa. – Christopher assentiu. – E eu tenho pensado sobre isso. Tentei seguir em frente, mas depois daquele primeiro momento longe e daquele impulso de estar sem ela, tudo meio que... tudo perdeu o sentido.

— Ou você é que nunca achou o sentido sem ela. – Maite sugeriu e ele concordou.

— Talvez nós dois tenhamos nos precipitado. – assumiu. – Talvez eu pudesse ter tido mais paciência, talvez ela pudesse ter me ouvido de outra forma, talvez... talvez não fosse o fim.

— Uau, incrível! – Maite disse com ironia. – Um mês depois e você concluiu o óbvio! Meus parabéns. O que vai fazer agora?

— Mai! – Christopher disse com espanto.

— Ela é assim, cara. – Christian riu. – Um pouco direta.

— Não costumo ser tanto. – a morena defendeu-se. – Mas é que você e Dulce me dão nos nervos! Têm tudo para dar certo e ficam inventando obstáculos absurdos!

— Eu não inventei um obstáculo! – o senador reclamou. – Eu disse que o alemão não saía da cola dela, e você sabe bem que eu não estava errado!

— E ela era a sua noiva! – a morena retrucou rapidamente. – Ela te amava no presente! E você deixou que o passado fosse mais relevante. – girou os olhos. – É melhor não discutirmos, eu não... eu não suporto a covardia de vocês dois. – virou-se novamente para frente. – Ela é uma besta, que se isola, que sofre sozinha a dor da perda do filho de vocês e fica se culpando pela recuperação de um cara que pode ter significado muito, eu não tiro esse mérito, mas agora não é mais responsabilidade dela. – bufou e negou com a cabeça. – E você é outro besta, que aceita o isolamento dela ao invés de bater na porta daquele hospital e dizer: você é minha noiva, esse filho era nosso, e se há um luto para ser vivido, então nós vamos vivê-lo juntos e não longe um do outro. E se quer ver o cara, veja, mas você é minha noiva, eu te amo, a nossa relação é o que importa! – olhou-o pelo retrovisor. – Era o que vocês deveriam ter feito.

— É fácil dizer quando...

— Quando se ama, a atitude acontece. – cortou-o. – Simples assim. Porque quando coloquei vocês dois frente a frente na casa do Christian, vocês não andaram para trás. Poderiam ter feito isso muito antes, mas ficaram paralisados. E se não fosse por nós, ainda estariam totalmente paralisados. – deu de ombros. – Então não sei que amor tão grande é esse que sentem, já que qualquer coisa é capaz de pará-lo. Essa é a minha opinião.

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