Capítulo 43
Dulce não saberia dizer quando fora a última vez que pudera dormir tão confortavelmente, tão tranquila, tão leve; ela estava bem.
Havia se agarrado a Christopher no instante em que se deitaram na cama, buscara um lugar no peito dele e não o soltara mais. O cheiro do homem a fizera dormir em questão de segundos e seguia reverberando paz e calma dentro da morena.
Entretanto, toda a tranquilidade começava a se dissipar conforme o toque do celular ia se fazendo cada vez mais presente.
Abriu os olhos e deparou-se com o rosto dele próximo ao seu, a expressão serena de quem não pretendia despertar tão cedo.
Desprendeu-se cuidadosamente dos braços do senador, rolou o corpo para o lado e puxou o celular em cima da mesa de cabeceira.
— Alô? – sussurrou ao atender.
— Desculpe te acordar, amiga! – Maite disse sem graça. – Mas eu precisava.
— Imagina, Mai, não tem... – disse baixo, ainda confusa e perdida. – Não tem problema. Você já foi para a editora?
— Dul... – deu um leve riso. – Amiga, são nove e meia.
— Puta que pariu! – abaixou o rosto. – Puta que pariu, puta que... merda!
— David já perguntou duas vezes de vocês, eu estou ganhando tempo, mas ele está começando a se irritar. – escutou a amiga resmungar. – Eu posso dizer que você passou para olhar o espaço das livrarias e que vai direto para a reunião do Carmo. Falo que você nos representará.
— Boa! Boa, Mai! – respirou aliviada. – Isso me ajuda muito!
— A reunião é só às 11h30, mas você não pode atrasar. – reforçou. – Acha que consegue chegar?
— Tenho que chegar! – arfou. – Vou dar um jeito.
— Lucía disse que deixou uma roupa para você, o Christopher levou junto com as coisas dele, veja com ele aí. – escutou a amiga rir baixo. – Está toda assada, né, filha da mãe?
— Mai... – fechou os olhos. – Eu não tenho palavras.
— Diga que está feliz e isso me basta. – então sorriu de lado.
— Estou mais feliz do que já me lembro de ter estado. – confessou. – Sou maluca por esse garoto!
— Então valeu à pena cada sacrifício que fizemos. – concluiu. – E isso é tudo o que importa. O seu pai está tranquilo, ok? Falei com ele quando cheguei em casa, é óbvio que ele estava acordado e se preocupou, mas sossegou quando eu disse que você havia ficado com o Christopher. Eu só não disse a putaria que vocês, provavelmente, fizeram! – brincou.
— Te conto tudo mais tarde, eu prometo! Obrigada por me salvar. – escutou a morena rir. – Te amo! – desligou em seguida.
— Quem é que ouviu um "te amo" seu antes de mim? – Christopher sussurrou a pergunta. – É um verdadeiro absurdo uma coisa dessas!
— Garoto... – virou-se de frente para ele e sorriu boba ao ver o jeito sonolento dele. – Será que em algum momento eu aprendo a não te achar tão gostoso de manhã? – rolou o corpo para o lado e ele a abraçou. – Que coisa!
— Não quero que aprenda nunca! – beijou o pescoço dela. – Amor, como é bom acordar com você na minha cama! – seguiu distribuindo beijos por toda a extensão da pele dela. – Senti falta de ter você.
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...