Capítulo 5, parte II

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— Vamos trazer o Noah de volta. Mas é só isso. – sentiu a mão dele em sua cintura. – Sem mais nenhuma investigação pelo Gael, sem mais nada. Não se envolva mais.

— Está bem. – sussurrou.

— Prometa para mim. – abriu os olhos.

— Dulce. – diferente dela, não teve coragem de abrir os olhos.

— Prometa. – pediu novamente e ele ficou em silêncio. – Dante, prometa para mim. Eu estou pedindo... prometa para mim.

— Eu prometo. – então a encarou. – Prometo não me envolver em mais nada depois de encontrar o Noah.

— Para sempre. – não desviou o olhar. – É uma promessa para sempre.

— Para sempre. – disse, visivelmente contrariado.

Ela deu um leve sorriso, voltou a abraçá-lo e deitou a cabeça sobre o ombro do homem, fechando os olhos enquanto o sentia enlaçá-la pela cintura. Aquele era um dos silenciosos e cômodos momentos que sabiam criar juntos, e não parecera ter sofrido alteração nenhuma pelo tempo separados; eles ainda se entendiam tão bem.

Te quiero, Dan. – não moveu-se do abraço.

Yo te quiero más. – o sorriso saiu murcho. – Me perdoe por ter causado tanto dano a você.

— Você nunca me causou mal algum. – só então separou-se dele e o olhou. – Nunca. Está me ouvindo?

— Você não estaria aqui, se não tivesse procurado por mim. – pincelou o dedo no nariz dela.

— Eu procuraria por você até o fim do mundo. – sorriu de lado e segurou a mão dele. – Não pense que você sumiria e eu aceitaria isso. Nunca.

— Não teria que se preocupar comigo, se eu não tivesse ido a Tepito. – ela deixou de sorrir. – E você não teria se machucado agora. E nem antes.

— O problema nunca foi você ou a situação. – tranquilizou-o.

— Eu sempre fui a causa principal. – insistiu e ela negou. – Dulce, me escute.

— Me escute você. – arqueou as sobrancelhas. – Você não tem culpa.

— Poderiam ter te matado! – disse firme. – Mataram o nosso sonho! E poderiam ter...

— Eu não fui capaz! – interrompeu-o. – Se hoje não temos um filho, foi porque eu não fui capaz de segurá-lo. Eu sou a razão para que tudo sempre acabe... mal.

— Se hoje não temos um filho, é porque aquela gente nos parou. – aproveitou a mão dela sobre a sua e uniu os dedos. – Porque eu sei que você fez tudo o que podia antes, e tenho certeza de que agiu da mesma forma agora.

— Você não sabe o que fala. – abaixou a cabeça. – É bom demais com os outros, só isso.

— Não, não se trata de bondade, mas de...

— Deveria me odiar por ter perdido o nosso bem mais valioso! – não teve coragem de encará-lo. – Você deveria ter raiva!

— Eu seria um idiota se te odiasse por qualquer coisa, mas principalmente por isso. – viu-a corar. – E seu namorado será um grande idiota se vier a fazer isso.

— Dan, não... – negou com a cabeça.

— Nosso pinguinho de gente está muito orgulhoso da mãe que você foi para ele, e sei que o seu bebê de agora também... também sentiu essa mesma sorte. – subiu a mão livre até o rosto dela. – Você nunca me deixou. Eu nunca vou te deixar também.

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