― Você era o meu amigo! – chateou-se.
― E ainda sou! Sempre serei! – parou no semáforo e tocou o rosto dela. – Hey, eu estou aqui e estarei sempre. Mas seja sincera consigo mesma, você sabe que não quer transar com outra pessoa. Sua vontade de sexo tem nome e sobrenome.
― Se depender desse nome e sobrenome, vou virar virgem de novo. – encarou-o. – Me desculpe ter proposto, eu vou me resolver de outra forma. O que não falta é vibrador em casa.
― Dul. – tentou não rir dela. – Encrenca... Espinosa, quer fazer um novo acordo? – perguntou e ela franziu o cenho. – Quer?
― Você acabou de me dar o fora! – disse em tom óbvio.
― Homem nenhum, em sã consciência, te daria um fora. Eu fui amigo e coerente. – ele a corrigiu com carinho. – Quer um novo acordo, sim ou não?
― Quero. – disse, ainda desconfiada.
― Quando você não pensar mais no Christopher, quando não sentir mais nada por ele, realmente nada... – olhou-a nos olhos. – Me diga. E me esforçarei para te dar a melhor noite de sexo da sua vida, prometo. Mas enquanto sentir alguma coisa, qualquer coisa por ele, eu prefiro que tente resolver diretamente com ele. – estendeu uma das mãos para ela. – Temos um acordo?
― Sim. – então lhe deu a mão. – Mas precisará acreditar em mim quando eu disser que não sinto mais nada.
― Eu acreditarei. – apertou a mão dela. – Porque sei que só me dirá quando você acreditar em si mesma.
― Farei isso, ainda que eu leve um bom tempo para conseguir. – deu um leve sorriso. – Feito!
― E você é sexy para cacete! – beijou o rosto dela e soltou as mãos. – Saiba sempre disso.
― Hm... – o semáforo abriu e ele acelerou. – Vai sonhar comigo hoje? – olhou-o de soslaio e ele riu. – Preciso ter o ego amaciado, vai...
― Vou, Dul. – cedeu apenas para vê-la sorrir. – Pode deixar!
― Mas sonhará algo obsceno? – brincou e ele riu. – Pode fantasiar comigo, Iglesias! É o seu castigo!
― Vou sonhar algo muito obsceno! – disse, e gargalharam juntos. – Vou bater uma pensando em você!
― É o mínimo! – disse convencida e acabaram rindo outra vez. – Santi...
― Fala, encrenca. – aos poucos deixou de rir.
― Obrigada por ser o melhor amigo que eu poderia pedir. – disse sincera. – Amo você.
― Eu também te amo, sua mexicana porreta! – piscou. – Você é a melhor amiga... e a mais gostosa!
― É isso! Obrigada! – brincou com ele.
Eram amigos! Sem importar a ocasião, o tempo ou os conflitos, eram sempre amigos, prioritariamente amigos. Tinham intimidade, confiança e amor de sobra entre eles.
Seguiram conversando até que chegassem ao prédio dela, ainda ficaram alguns minutos no carro até ter que terminassem de comer, então despediram-se e ela subiu para o apartamento.
Dulce pretendia entrar discretamente e sem muito barulho, mas ao notar a luz da cozinha acesa, entendeu que a discrição seria inútil.
― Senhor Fernando. – ela encostou-se à porta e cruzou os braços. – São duas e meia da manhã!
― Hm! – ele colocou a xícara sobre a mesa. – Isso lá são horas, menina? Vou lhe dar umas palmadas! – tentou soar sério, mas a filha riu sem preocupação.
― Sua versão brava não convence ninguém, paizinho. – foi até ele e lhe beijou o rosto. – O que faz acordado tão tarde, hein? Não diga que estava me esperando chegar, porque não compro essa história, não!
― Estava com insônia. – ele confessou. – Tentei dormir, e como não deu, então vim atrás de um chá.
― Com o que está preocupado? – puxou a cadeira e sentou-se ao lado dele. – Sempre me diz que a gente não dorme quando está com a cabeça cheia de minhocas.
― Não estou preocupado, meu amor, está tudo bem. – sorriu para ela. – Acho que é realmente só insônia.
― Hmm... – olhou-o com desconfiança.
― Mas agora vou dormir como uma criança! – piscou para ela. – A minha menina já está em casa! O trabalho foi bom?
― Foi gostoso. – sorriu de lado. – Poder cobrir um casamento, ver pessoas desconhecidas, ser útil no trabalho... foi tudo positivo.
― Segunda-feira as coisas voltarão ao normal na editora. – esperançoso. – E você verá como a vida vai começar a se encaixar de novo.
― Eu tenho certeza disso, pai. – inclinou o corpo e lhe beijou o rosto. – Vamos dormir, por favor? Eu preciso de um banho e cama!
― Vou terminar o chá e logo me deito, meu amor. – fez o sinal da cruz sobre ela. – Deus te abençoe, minha filha. Durma bem!
― Amém. – beijou-lhe diversas vezes o rosto. – Te amo! Boa noite!
― Amo você! – disse, enquanto a menina já se levantava. – Ah, Dulce?
― Oi! – parou na porta da cozinha.
― Talvez você possa chamar a Anahí para um almoço amanhã. – sugeriu, tentando soar leve e quase despreocupado. – Domingo é um bom dia.
― Certo. – ela deu um leve sorriso. – Eu vou chamar. – logo entendeu o que realmente tirara o sono dele. – Boa noite, paizinho!
― Boa noite, girafinha!
A menina sorriu e foi para o quarto, trancando a porta assim que entrou no dormitório. Tirou a sapatilha e pegou o celular na bolsa, digitando a mensagem rapidamente.
Dulce María
Satã, te espero em casa para um almoço amanhã.
Ideias do senhor Fernando (que, por sinal, adoraria que você aceitasse o convite).
Eu estava trabalhando até agora e vou acordar tarde amanhã. Mas o convite está feito, pode vir.
Um beijo.Pensou em enviar uma mensagem para Santiago e provocá-lo ao dizer que ele deveria sonhar com ela, mas o espanhol já deixara o posicionamento bastante claro, e ela não queria terminar desrespeitando um pedido dele.
Então tomou um banho rápido, tirou a maquiagem e deitou-se na cama. Pensou no novo acordo proposto pelo amigo: sexo apenas quando tivesse superado Christopher.
― Chinga... – bufou e virou-se na cama. – No voy a coger nunca más en mi pinche vida.
O sono a pegou poucos minutos depois, ela apenas esperava não acordar novamente suada e tão cheia de fogo.
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...