Jogada Paralela

Capítulo 22, parte II

— Anahí. – Dulce franziu levemente o cenho. – Anthony não gosta de dividir nada.

— Eu sei! – disse em tom óbvio. – Acabei de falar isso!

— Também não gosta de dividir ninguém, então... – pensando. – Por que não encostou em você durante todo o tempo em que você esteve com o Alfonso?

— O que? – endireitou a postura.

— E por que voltou a fazer isso agora? Foi por que você não estava mais com o Alfonso ou por que estava com o Noah? – indagou e viu a loira confundir-se. – O problema era não estar mais com o Alfonso ou o problema era exatamente o Noah?

— Ele nem sabe sobre o Noah! – disse, e a irmã arqueou as sobrancelhas. – Não sabe, Dulce!

— Não seja inocente! – rebateu, e Anahí calou-se. – Nunca pensou nisso?

— Eu... – tentou falar, mas os pensamentos atropelavam-se dentro de si.

— Pronto! – Dante sorriu ao aproximar-se, e as irmãs rapidamente encerraram o assunto.

— Caiu dentro da privada, foi? – Dulce mirou-o e sorriu. – Achei que não fosse voltar mais.

— A ida ao banheiro foi rápida, mas me distraí com outra coisa. – entregou a sacola para a cunhada.

— Oi? – Anahí arregalou os olhos ao pegar a pequena embalagem. – O que é isso?

— Para o molequinho. – sentou-se ao lado dela.

— Molequinho? – confusa.

— O seu. – deu de ombros e direcionou o rosto para a barriga dela.

— É um menino? – riu baixo.

— Eu não te disse? – ele sorriu ao final. – É um menino!

— Ah, não! – Dulce negou com a cabeça. – Você não vai fazer isso com ela!

— Mas é! – ele mirou a ex. – Sério!

— Dante! – brava.

— Dulce! – tentou soar sério, mas logo sorriu. – Por favor.

— Podem explicar primeiro e discutir depois? – Anahí os interrompeu.

— É um presente para ele. – Dante apontou a sacola. – Só isso.

— Essa parte eu entendi. – a loira assentiu, abrindo lentamente a sacola.

— Nós tínhamos um casal de amigos que engravidou mais ou menos na época em que eu engravidei. – Dulce contou. – E no dia em que contaram para nós a notícia, no mesmo minuto, Dante disse que ela teria uma menina.

— E era mesmo uma menina? – Anahí abriu o presente.

— Era uma menina. – Dulce assentiu e arfou. – E desde então, ele acha que tem uma espécie de super poder sobre isso.

— Não é super poder. – ele defendeu-se. – É um sexto sentido!

— Enfim... – Dulce negou com a cabeça.

— Dante! – Anahí riu ao tirar a minúscula camiseta vermelha do Bayern de Munique. – Não acredito que foi escolher presente! Podem te reconhecer!

— Estou de capuz! – ele justificou-se. – E óculos escuro. Tem que ser muito sagaz pra conseguir me reconhecer!

— Dante... – a loira queria brigar com ele, mas não conseguia parar de encarar a pequena camiseta em suas mãos.

— Você vai para Guadalajara. – ele sorriu de lado. – Não posso deixar que volte com a camiseta horrível do Chivas. – disse de modo espontâneo, e a ex gargalhou. – Qual o problema? Noah ainda não está aqui e eu não posso deixar meu sobrinho desamparado!