Capítulo 46

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Capítulo 46

Dulce e Christopher levavam quase duas horas na estrada, haviam enfrentado um pesado trânsito para deixar a capital mexicana, o que atrasara, e muito, o planejamento que haviam feito.

Mesmo assim, a mudança não parecia afetar, em nada, o bom humor e a leveza que tinham; estavam curtindo intensamente a vida juntos.

Logo que entraram na cidade, já no final da tarde, Dulce pediu que fizessem uma parada no centro do local, queria aproveitar o dia ainda claro e sem indicações de chuva.

Passearam por todo o centro, ela fez diversas compras, assim como da primeira vez, e agora Christopher passou o tempo todo ao seu lado, opinando positivamente a cada artigo que ela escolhia.

As pessoas não eram nada discretas ao observá-los juntos outra vez, e pareceram contidas até que a primeira senhora pedisse uma foto com o senador. Depois disso, os pedidos passaram a acontecer aos montes. Dulce, é claro, buscou afastar-se nas primeiras fotos, mas bastou o primeiro pedido para que ela saísse com ele, e todos entenderam que poderiam pedir o mesmo.

Em pouco tempo, caminhar pela cidade tornara-se simplesmente impossível.

Christopher comprou dois pacotes dos tradicionais pastes de papa, e que já sabia que a morena adorava, e então sentaram-se em um dos banquinhos da praça, observando a cidade iluminada pelo pôr do sol.

Dulce deitou a cabeça no ombro do homem, comendo em silêncio enquanto seus pensamentos voavam para longe dali, desenhando uma vida inteira com o homem que tinha ao lado; era tão fácil imaginar planos com Christopher.

— Amor? – ele olhou para baixo, vendo-a com o olhar distante. – María?

— Hm? – mastigava lentamente o salgado.

— Tudo bem aí dentro? – brincou e ela subiu o rosto para olhá-lo. – Você está claramente em outro mundo.

— Ah... – sorriu levemente. – Estava passeando pela minha imaginação. Esse lugar tem um poder muito intenso sobre a gente.

— E é impossível não se deixar levar. – beijou a testa dela. – Ainda falta muito para você terminar aí? – levou os olhos até o pequeno pacote que ela segurava.

— Christopher! – arqueou as sobrancelhas. – Pare de me impedir de comer! – mostrou o pacote com mais um salgado. – Eu não mandei você ser esganado e engolir a comida desse jeito!

— Eu acho muito injusto isso! – bufou. – Eu não como rápido!

— Como é? – manteve apenas uma sobrancelha arqueada.

— Eu não como rápido! – insistiu. – Você que é lerda!

— Ah! – riu dele. – Certo, claro...

— É verdade! Pegamos os pacotes ao mesmo tempo, eu nem estou conversando tanto assim, e você ainda está na metade do penúltimo! – frisou.

— Pois acostume-se. – disse tranquila e voltou a deitar a cabeça no ombro dele. – A mulher que você ama gosta de aproveitar a comida... e não tem a menor pressa para isso.

— María! – gargalhou.

— Quanto antes aceitar, menos irá sofrer. – soou simples.

— Garota. – tocou-lhe o rosto, fazendo-a mirá-lo. – Te amo, sabia?

— Uhum. Me deixa comer? – sorriu ao final, e ele negou, beijando-lhe os lábios em seguida.

— Amo você. – disse novamente, dando mais um selinho demorado nela. – Amo você. Amo...

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