Capítulo 53, parte IV

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— O que foi? – franziu o cenho e percebeu a morena inquieta. – O que foi, Dulce?

— Nada. – decidiu calar-se. – Nada, desculpe por ter vindo sem avisar. Eu acabei de lembrar que tenho um compromis...

Anahí Marchetti. – a secretária anunciou, atraindo a atenção de ambas.

— Eu! – levantou-se rapidamente.

Pode entrar, por favor.

— Obrigada. – a loira assentiu. – Dulce, você vem?

A morena a olhou por alguns segundos, sentia que não conseguia dar nome ou sentido aos muitos sentimentos que tinha dentro de si. Se por um lado achava que Anahí não a queria ali, por outro, queria ser um apoio para a irmã; não podia deixá-la sozinha.

— Dulce! – Anahí elevou a voz. – Você vem ou não?

— Sim. – assentiu e então levantou-se. – Claro.

Seguiu Anahí para dentro do enorme corredor, passeou com os olhos pelos estratégicos quadros espalhados pela parede, todos com as fotos de bebês.

Lembrou-se da primeira vez que estivera com Dante ali, da ansiedade que sentira, de como seu coração batia acelerado, esperando pelo momento em que poderia ouvir o coração do filho bater.

As poucas vezes de momentos como aquele, ainda ecoavam em seu peito, em sua memória, em sua alma.

Mirou a porta do consultório do médico, sentiu a garganta fechar-se. Controlou o choro, não eram momento para emocionar-se.

— Seja bem-vinda, Anahí. – o médico a cumprimentou com simpatia. – Entre, por favor, fique à vontade.

— Obrigada. É um prazer, eu... – a loira sorriu e acenou. – Eu vim com a minha irmã e...

— Dulce! – ele a olhou com surpresa. – Ora! Dulce!

— Oi... doutor. – Dulce o olhou e a voz embargou.

O homem tinha em torno de seus 50 anos, era alto e mantinha a expressão jovem, apesar da meia idade. Os cabelos eram castanhos, assim como os olhos, e a pele um pouco mais morena do que a de Dulce.

— É felicidade te ver de novo... é uma felicidade! – ele aproximou-se e a abraçou. – É uma felicidade, menina! – sentiu-a emocionada e contraiu os lábios. – Você é forte. Sabe que é forte.

— Obrigada por... – Dulce secou o canto dos olhos e separou-se dele. – Obrigada por tudo, eu estou... hm...vim com a minha irmã.

— Essa é uma boa surpresa! – Berto sorriu e indicou as cadeiras. – Sentem-se, por favor!

— Naquela época eu ainda não... – Dulce sentou-se com a loira. – Não sabia sobre a Anahí.

— E não é algo que a mídia deve saber por agora. – Anahí complementou. – Visto que Dulce está...

— Fique tranquila. – Berto antecipou-se. – Qualquer informação dentro deste consultório, fica sempre apenas entre as pessoas aqui presentes.

— Agradeço a discrição. – Anahí pousou a pousa sobre o colo.

— Como posso ajudá-la? – Berto sentou-se de frente para ambas.

— Eu... – Anahí disse sem jeito. – Estou... enfim... grávida.

— Você descobriu recentemente? – ele perguntou, e a loira negou rapidamente. – Já chegou a fazer algum exame além de teste de farmácia?

— Sim, vários. – abriu a bolsa e pegou a pasta. – Fiz exame de sangue e um primeiro ultrassom, logo no início. Não fiz mais nada depois disso.

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