— O que foi? – franziu o cenho e percebeu a morena inquieta. – O que foi, Dulce?
— Nada. – decidiu calar-se. – Nada, desculpe por ter vindo sem avisar. Eu acabei de lembrar que tenho um compromis...
— Anahí Marchetti. – a secretária anunciou, atraindo a atenção de ambas.
— Eu! – levantou-se rapidamente.
— Pode entrar, por favor.
— Obrigada. – a loira assentiu. – Dulce, você vem?
A morena a olhou por alguns segundos, sentia que não conseguia dar nome ou sentido aos muitos sentimentos que tinha dentro de si. Se por um lado achava que Anahí não a queria ali, por outro, queria ser um apoio para a irmã; não podia deixá-la sozinha.
— Dulce! – Anahí elevou a voz. – Você vem ou não?
— Sim. – assentiu e então levantou-se. – Claro.
Seguiu Anahí para dentro do enorme corredor, passeou com os olhos pelos estratégicos quadros espalhados pela parede, todos com as fotos de bebês.
Lembrou-se da primeira vez que estivera com Dante ali, da ansiedade que sentira, de como seu coração batia acelerado, esperando pelo momento em que poderia ouvir o coração do filho bater.
As poucas vezes de momentos como aquele, ainda ecoavam em seu peito, em sua memória, em sua alma.
Mirou a porta do consultório do médico, sentiu a garganta fechar-se. Controlou o choro, não eram momento para emocionar-se.
— Seja bem-vinda, Anahí. – o médico a cumprimentou com simpatia. – Entre, por favor, fique à vontade.
— Obrigada. É um prazer, eu... – a loira sorriu e acenou. – Eu vim com a minha irmã e...
— Dulce! – ele a olhou com surpresa. – Ora! Dulce!
— Oi... doutor. – Dulce o olhou e a voz embargou.
O homem tinha em torno de seus 50 anos, era alto e mantinha a expressão jovem, apesar da meia idade. Os cabelos eram castanhos, assim como os olhos, e a pele um pouco mais morena do que a de Dulce.
— É felicidade te ver de novo... é uma felicidade! – ele aproximou-se e a abraçou. – É uma felicidade, menina! – sentiu-a emocionada e contraiu os lábios. – Você é forte. Sabe que é forte.
— Obrigada por... – Dulce secou o canto dos olhos e separou-se dele. – Obrigada por tudo, eu estou... hm...vim com a minha irmã.
— Essa é uma boa surpresa! – Berto sorriu e indicou as cadeiras. – Sentem-se, por favor!
— Naquela época eu ainda não... – Dulce sentou-se com a loira. – Não sabia sobre a Anahí.
— E não é algo que a mídia deve saber por agora. – Anahí complementou. – Visto que Dulce está...
— Fique tranquila. – Berto antecipou-se. – Qualquer informação dentro deste consultório, fica sempre apenas entre as pessoas aqui presentes.
— Agradeço a discrição. – Anahí pousou a pousa sobre o colo.
— Como posso ajudá-la? – Berto sentou-se de frente para ambas.
— Eu... – Anahí disse sem jeito. – Estou... enfim... grávida.
— Você descobriu recentemente? – ele perguntou, e a loira negou rapidamente. – Já chegou a fazer algum exame além de teste de farmácia?
— Sim, vários. – abriu a bolsa e pegou a pasta. – Fiz exame de sangue e um primeiro ultrassom, logo no início. Não fiz mais nada depois disso.
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...