Capítulo 55
Christopher permanecera sentado na cama, encarando o ponto fixo no quarto e repassando seguidas vezes o curto, mas intenso, diálogo que tivera com Dulce.
Era difícil entender em que momento a situação perdera o controle daquela forma, o momento em que passaram a esconder tanto um do outro e a relação tornou-se frágil e delicada.
— Cari? – Lucía encostou-se à parede e o olhou. – Posso entrar?
— Fala, Lú. – assentiu e a olhou. – O que foi?
— Quero conversar com você. – sentou-se ao lado dele. – Mary estava nervosa.
— Eu também estou. – arfou.
— Cari. – segurou a mão dele. – Estou monitorando o celular dela, vou ficar de olho, não vou tirar os olhos de cada passo que ela der hoje.
— Lú, ela me pediu desculpas por não ter contado o que sabia, mas no instante seguinte, preferiu atender a Maite e sair daqui. – exalou. – Sabe Deus há quanto tempo ela está escondendo isso de mim, sabe Deus há quanto tempo ela tem vivido com o peso dessa informação. Um trabalho importa tanto assim? Maite importa mais do que o nosso filho?
— Cari... – beijou a mão dele. – Antes de a Mary sair, eu pedi a ela que conversássemos todos juntos, ok? Com calma, com tempo, colocando sobre a mesa tudo o que sabemos.
— É. – ele resmungou.
— Christopher. – disse séria. – Mary se preocupa com você, ela ama você e não vai abrir mão de nada com você, está me ouvindo bem? De nada!
— Sim. Me mantenha informado sobre qualquer mudança dela, ok? Não tire os olhos da Dulce. – beijou o rosto dela e levantou-se. – Eu tenho muito o que fazer também.
— Cari. – levantou-se em seguida. – Estarei de olho em você, prometo.
— Fique tranquila. Diferente do que a Dulce imagina e o que você pensa, eu não vou agir de maneira precipitada. – pegou o paletó. – É até ofensivo quão pouco vocês me conhecem.
— Christopher... – ela sussurrou e o celular do homem tocou em seguida. – Cari?
— Preciso trabalhar. – mirou o aparelho. – A gente se vê mais tarde, Lú. – beijou novamente o rosto dela e atendeu a chamada. – Fala, Anahí. – saiu do quarto.
— Bom dia! Eis que o senador resolveu dar o ar da graça! – a loira disse com leve ironia, do outro lado da linha. – Te liguei ontem à noite, não soube nada de você.
— Está sabendo agora. – desceu as escadas rapidamente. – Do que precisa? Estou indo trabalhar!
— Era exatamente isso que eu precisava combinar com você. – tornou-se séria e pareceu esquecer as provocações e ironias. – Sobre as reuniões de hoje...
— Estou com todas programadas. – encontrou Samay na ponta da escada e deu um rápido beijo na testa dela. – Volto para o jantar!
— Bom trabalho, meu filho! – disse rapidamente.
— Te amo! – sussurrou para ela e foi até a porta. – Avise ao Dario que eu estou descendo, por favor!
— Christopher? – Anahí estranhou.
— Tudo certo para a reunião das 9h30. – deixou o apartamento. – Para o almoço também e depois para a reunião das três.
— A das três caiu. – Anahí o interrompeu. – É por isso que estou ligando. Te encontro nesse horário e repassamos o seu discurso de domingo, pode ser?
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...